Brasil terá primeiro centro de tecnologia em nanotubos

Parceria de R$ 36,2 milhões envolve UFMG, Petrobras e BNDES para produzir o material em escala industrial

Nanotubo de carbono é formado por estrutura com a espessura de um átomo e pode ser muito mais forte que o aço

No Brasil, a inovação tecnológica está onde sempre esteve: atolada no lodaçal burocrático que impede uma montanha de empresas de ir até a academia. Não em Belo Horizonte, porém: até o final deste mês deverá ser lançado oficialmente o Centro de Tecnologia em Nanotubos de Carbono (CTNanotubos).

A parceria de R$ 36,2 milhões reúne UFMG, BNDES, Petrobras e o grupo Camargo Corrêa para fazer o país lucrar com nanotecnologia.

Muito resistente e com propriedades elétricas e térmicas peculiares, os nanotubos já tiveram quase 200 aplicações mapeadas, em duas dezenas de setores industriais.

Em 2000, o laboratório do físico Luiz Orlando Ladeira na UFMG foi o pioneiro, no Brasil, na produção regular desse material, que foi descoberto em 1991.

Da eletrônica à biotecnologia, muita gente experimenta com os tubinhos. Eles se parecem com uma tela de galinheiro enrolada e têm diâmetro de poucos nanômetros (milionésimos de milímetro, o que significa que um fio de cabelo é cerca de 100 mil vezes mais espesso que eles).

SEDE PROVISÓRIA

O centro já existe, na verdade. Funciona provisoriamente numa antiga cocheira da Polícia Militar mineira e conta com nove pedidos de patentes.

Agora foram concluídas as complicadas negociações –que duraram dois anos– para definir as participações de cada parceiro no investimento e nos direitos de propriedade intelectual sobre eventuais produtos e aplicações.

O BNDES entrou com R$ 18 milhões, a Petrobras, com R$ 15 milhões, e a InterCement (Camargo Corrêa) com R$ 3,2 milhões. O dinheiro servirá para erguer o prédio de 2.500 m² que o centro terá no Parque Tecnológico de Belo Horizonte, o BH-Tec.

“A ligação entre átomos de carbono é a mais forte da natureza”, explica o físico Marcos Pimenta, que, ao lado de Ladeira e da química Glaura Goulart Silva, está tirando o CTNanotubos do papel.

Essas ligações tornam as formas cristalinas do carbono (diamantes e grafites) os materiais mais duros da natureza. E, também, os que têm o mais alto ponto de fusão, 4.100°C, e por isso os cadinhos em que se derretem metais são fabricados com grafite –outro arranjo natural do carbono, o mesmo que se encontra no miolo dos lápis de escrever.

CIMENTO E COLA

Uma das parcerias empresariais do grupo da UFMG foi feita com a Petrobras. A ideia era usar os nanotubos como aditivos para melhorar o desempenho de materiais compósitos e dispositivos usados pela indústria do petróleo em condições extremas.

Uma peça fundamental de uma plataforma marítima, por exemplo, é o chamado enrijecedor de curvatura. Ele conecta dutos vindos do fundo do mar à instalação flutuante, portanto móvel.

O enrijecedor tem de ser ao mesmo tempo rígido e flexível. Para obter esse efeito, o centro desenvolve um polímero (plástico) “batizado” com nanotubos, que agrega à mistura sua alta resistência.

Outra linha de pesquisa são adesivos do tipo epóxi. Adicionando nanotubos, é possível aumentar sua resistência ao calor, o que os torna excelentes para garantir as emendas de tubulações que trabalham sob altas temperaturas.

O outro acordo de pesquisa aplicada da turma da UFMG foi com a InterCement. O truque foi fazer crescer nanotubos, que precisam de calor e catalisadores para fazer o carbono assumir a forma desejada, diretamente sobre os grãos de silicato que formam a base do cimento.

O conceito aqui é aumentar a resistência do concreto ao termoestresse, que resulta da alternância de calor e resfriamento e provoca fissuras no material.

Os testes indicam que o cimento nanoestruturado (já patenteado) pode multiplicar por cinco sua vida útil.

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Produto é usado para injeção de material genético

O físico Luiz Orlando Ladeira tem uma maneira curiosa de descrever os nanotubos: “É a melhor agulha que existe na natureza”. Com ela, seu colega Ary Corrêa Jr., do Departamento de Microbiologia da UFMG, penetra a parede da célula de um fungo que ataca o feijoeiro sem que seja preciso empurrá-la.

A doença, conhecida como ferrugem do feijão, é causada por fungos Uromyces. Ao cair sobre o vegetal, o organismo lança projeções celulares (apressórios) que penetram pelos estômatos, aberturas nas folhas pelas quais a planta troca gases com o ar.

Corrêa Jr. consegue impedir a formação do apressório inativando a mensagem genética responsável pelo ataque. Para isso, usa uma sequência com a instrução para o fungo produzir a proteína invasora.

O material genético contrabandeado, o “antissenso”, funciona como uma trava na engrenagem celular do fungo. Para isso, precisa chegar ao interior da célula. É aí que entra, literalmente, a agulha do nanotubo, com um milésimo da espessura da célula do fungo. O antissenso vai grudado nela e passa pela parede celular como um alfinete atravessando um tecido.

“Como a sequência [genética] é específica do fungo, só ataca o próprio fungo”, diz Corrêa Jr. Seria o fungicida perfeito, não fosse por um problema: vai demorar para alguém obter licença que permita aspergir RNA e nanotubos sobre uma plantação.

SEGURANÇA

A estimativa do pesquisador não vale só para o Brasil. No mundo todo há um buraco na regulamentação do uso ambiental de compostos nanométricos. Não há protocolos bem estabelecidos para avaliar sua toxicidade.

A característica mais marcante dos nanotubos é também sua fraqueza: a chamada área específica. É a relação segundo a qual quanto menor for um objeto, maior será a superfície em proporção com seu volume.

A área maior fica, assim, mais sujeita a interferir com tecidos vivos, possivelmente causando doenças. Corrêa Jr. sentiu então a necessidade de se aprofundar na matéria de segurança de nanocompostos. E ganhou o posto de responsável no CTNanotubos por essa interface com a opinião e o poder públicos.

Marcelo Leite (enviado especial a Belo Horizonte) – Folha de S. Paulo

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