UFRJ não adere à greve nacional dos docentes

Os professores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) votaram, em assembleia hoje (27), no campus do Fundão, na zona norte do Rio, pela não adesão à greve nacional dos docentes, convocada pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), com início a partir de amanhã (28).

Segundo a vice-presidente da Associação dos Docentes da UFRJ (Adufrj), Luciana Boiteux, a assembleia foi muito boa, por conta do envolvimento de 500 professores da universidade. “Houve intenso debate, com aprofundamento do olhar para a universidade, inclusive com várias pessoas de diferentes unidades presentes.”

Foram feitas duas votações durante a assembleia. Na primeira, o resultado foi de 199 a favor e 300 contra a adesão à greve nacional. Uma vez não aprovada, foi votado se o indicativo de greve, que é o estado de mobilização, seria mantido para chamar outra assembleia de verificação da situação. Mas, novamente, 231 votaram contra e 215 a favor.

Luciana disse que a universidade está fracionada. Há unidades da UFRJ que recebem financiamento de empresas, e essa parte da universidade, com presença grande hoje, demonstrou que não é a favor da greve.“O que significa, na minha avaliação, apesar de reconhecer os problemas da universidade, alguns grupos estavam articulados para tentar impedir qualquer mobilização”, disse ela. “É um racha bem marcado, mas demonstra que temos que continuar trabalhando pela nossa mobilização”, argumentou.

Já os professores da Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói, região metropolitana do Rio, decidiram, em assembleia, pela adesão à greve nacional, convocada pelo Andes-SN. Apesar das medidas de segurança adotadas pela reitoria da UFF, no dia de ontem (26), para evitar a invasão por parte de setores vinculados ao movimento grevista, um grupo de cerca de 100 universitários está ocupando de forma pacífica, desde o início da tarde de hoje (27) o saguão da reitoria, sem tentar entrar no gabinete do reitor.

Várias universidades filiadas à Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (Proifes), decidiram não paralisar as atividades nesta quinta-feira. De acordo com o presidente da entidade de classe, Eduardo Rolim, “este ainda não é o momento para orientação aos sindicatos filiados de indicativo de greve”.

A assessoria do Proifes enumerou uma lista de 17 universidades federais que não irão aderir ao movimento nacional. Dentre elas estão as universidades federais do Rio Grande do Sul, do Amazonas, de Juiz de Fora (MG), de Pernambuco e de Goiás.

Agência Brasil