A popularização das universidades

Universo acadêmico se volta para as periferias e valoriza questões populares

Durante muito tempo a pesquisa acadêmica esteve associada a assuntos rebuscados e linguagem incompreensível para não-especialistas. Por isso, o projeto de mestrado de Mariana Gomes, da Universidade Federal Fluminense (UFF), ganhou tanta repercussão na mídia. A estudante passou em segundo lugar na turma de pós-graduação em cultura e territorialidades com “My pussy é o poder. A representação feminina através do funk no Rio de Janeiro: identidade, feminismo e indústria cultural”. O assunto tratado no estudo é o funk e as funkeiras, como a cantora Valesca Popozuda. Mariana retira das periferias cariocas, berço do ritmo musical, o seu objeto de pesquisa.

A ousadia da estudante assustou pessoas como a jornalista Rachel Shererazade, âncora do SBT Brasil, que criticou o tema escolhido pela pós-graduanda. Mas Mariana está longe de ser a única acadêmica a abordar um objeto da cultura popular. Na mesma turma, o projeto de Ohana Boy Oliveira alcançou o primeiro lugar analisando programas de televisão como o Esquenta, Programa Legal e Brasil Legal.

Para Nizia Villaça, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e autora do livro “A Periferia Pop na Idade Mídia”, a recente inclinação do universo acadêmico à periferia faz parte de um processo de valorização das questões populares que percorre vários setores sociais, como a mídia e a publicidade. “A periferia e seus ‘causos’ já não merecem apenas um tratamento pontual de fait-divers, mas torna-se protagonista dos nossos periódicos”.

Rachel Shererazade, na crítica ao projeto de Mariana Gomes, classifica o caso como um sintoma da popularização das universidades. No Brasil, o ensino superior sempre foi um privilégio das classes mais altas. Porém, a ascensão de quase 40 milhões de brasileiros à classe C e a criação de programas que facilitam o acesso às universidades das camadas populares, como as cotas e o Prouni, estão mudando este panorama.

Segundo dados de 2011 da Andifes, Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior, 43% dos estudantes de universidades federais pertencem às classes C, D e E. Se incluídas as instituições estaduais e privadas, o número de universitários da classe C sobe para 63%, segundo pesquisa de 2011 do Instituto Data Popular. Em 2004, este número era de 42%.

Renata Souza, jornalista e moradora do Complexo da Maré, conhece na prática o significado destas estatísticas. Ela cursou jornalismo como bolsista da PUC-Rio e acredita que o pré-vestibular comunitário foi o grande responsável pela sua entrada na universidade. “Hoje as universidades estão tendo uma abertura maior. O sistema de cotas é um exemplo”. Renata é doutoranda pela Escola de Comunicação da UFRJ, onde pretende analisar os discursos de jornais comunitários e grandes meios de comunicação sobre favelas pacificadas.

 

Paloma Barreto / Jornal da Ciência

 

 

 

 

 

 

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