Mais de um terço dos estudantes de graduação da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) são contemplados com bolsas da instituição. Ao todo, são oferecidas mais de 4.500 bolsas, para cerca de 13 mil estudantes da UFJF (ver quadro abaixo). Trata-se de uma boa oportunidade para aqueles que pretendem aliar experiência profissional e aprendizagem, recebendo um auxílio para isso. Existe uma variedade grande de bolsas: alunos que querem se dedicar a pesquisas científicas, outros que preferem se aproximar da prática profissional ou aqueles que pretendem ingressar na carreira docente. Isso sem contar as cerca de 4.200 bolsas de Apoio Estudantil oferecidas aos alunos.

Trabalhar com pesquisa é o principal atrativo para aqueles que buscam as bolsas de Iniciação Científica. Elas variam de acordo com a fonte de financiamento (UFJF, CNPq, Fapemig), carga horária (de 12 ou 20 horas semanais) e também quanto ao valor do auxílio, que varia de R$ 310 a R$ 400. Somente este ano, há uma oferta de 759 bolsas nessa modalidade. O coordenador de Programas de Pesquisa da Pró-reitoria de Pesquisa (Propesq), Márcio Tavares Rodrigues, acredita que essa vivência permite uma formação diferenciada ao aluno. “Desde o início o estudante é orientado a ter uma análise crítica e vai se familiarizando e adquirindo uma postura científica, sendo capaz de se adequar ao ambiente de produção de forma mais madura e reflexiva.”

Outra modalidade é a bolsa de Extensão, relacionada a programas e ações de prestação de serviço à comunidade, de caráter educativo, social, cultural e tecnológico. Atualmente, existem 650 alunos da graduação desenvolvendo projetos desse tipo. O pró-reitor de Extensão, Marcelo Dulci, destaca que as bolsas possibilitam a integração do ensino e da pesquisa com a sociedade. “O aluno encontra a vida real. Ele leva o que aprende em sala de aula e, ao mesmo tempo, recebe conhecimentos relativos às reais necessidades e anseios da população.” A carga horária é de 12 horas semanais, o auxílio é de R$ 310 e são desenvolvidas atividades nas áreas de cultura, direitos humanos e justiça, saúde e educação, entre outras.

Para aqueles que pretendem ter um aperfeiçoamento profissional associado ao curso, a bolsa de Treinamentos Profissional é uma boa opção. A estudante do 5º período de Odontologia, Isadora Conde, é bolsista dessa modalidade e faz parte do programa Pró-Saúde, da própria faculdade. O projeto atende instituições, escolas e creches que demandam por orientações e ações relacionadas à saúde bucal. “Com a bolsa é possível enriquecer o currículo, melhorar a relação interpessoal e também é uma boa preparação para atendimento de pacientes.” Além disso, como a bolsa atende alunos de diferentes períodos, ela ressalta que aprende bastante com os veteranos.

Uma outra opção é a bolsa de Monitoria. Somente este ano, estão cadastrados 1.334 bolsistas. Para o coordenador dos Programas de Graduação da Pró-reitoria de Graduação (Prograd), Fabiano Tosetti, a bolsa tem como objetivo despertar no aluno a vocação para a vida acadêmica. A carga é de 12 horas semanais e o valor é de R$ 310.

A bolsa oferecida pelo Programa de Educação Tutorial (PET) pretende garantir uma formação ampla e de qualidade aos acadêmicos envolvidos, estimulando valores que reforcem a cidadania e a consciência social. A longo prazo, o programa busca promover, dentro da Universidade, uma relação mais estreita entre ensino, pesquisa e extensão. A aluna do 4º período de Engenharia Civil, Paula Fidelis, entrou no PET Civil em novembro do ano passado, e já ministra módulos de MatLab (software que realiza cálculos de engenharia) e aulas de apoio de Geometria Analítica para calouros. Por meio do programa, também iniciou pesquisa sobre erosão do solo, vinculada ao Departamento de Transporte e Geotecnia da própria Faculdade de Engenharia. Paula diz ficar admirada pela abrangência de possibilidades que a bolsa oferece e a atividade já despertou na aluna o interesse pela área acadêmica. A bolsa PET no valor de R$ 400 é concedida mensalmente para os bolsistas, mesmo durante as férias, e pode ser mantida por todo o período em que o aluno estiver na faculdade. A disponibilidade necessária é de 20 horas semanais.

Nos mesmos moldes do PET está a bolsa do Grupo de Educação Tutorial (GET). O estudante do 5º período do Bacharelado Interdisciplinar de Ciências Exatas, Marcio Tadeu de Oliveira Junior, cumpre 20 horas semanais numa sala do grupo da Ciência da Computação no ICE. Lá ele desenvolve estudos em gerência de configurações. Júnior destaca como vantagens o horário flexível e a possibilidade de envolvimento com outros projetos de pesquisa.

Há ainda uma bolsa exclusiva para calouros. Ela faz parte do Programa Jovens Talentos para a Ciência, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O programa, lançado no primeiro semestre de 2012, é voltado para calouros como uma forma de despertar precocemente o interesse pela prática científica. O coordenador de Graduação da Prograd, Fabiano Tosetti, enfatiza que a experiência acadêmica proporcionada pelo Jovens Talentos para a Ciência é muito interessante. “A bolsa prepara antecipadamente os estudantes que acabaram de ingressar em uma instituição federal para participar, entre outros, de programas de Iniciação Científica.” Além disso, segundo ele, a bolsa desperta e incentiva o interesse pela pesquisa. “Durante os 12 meses em que estão no programa, esses alunos desenvolvem atividades e estudos que não exigem conhecimento científico prévio. Ao mesmo tempo, são capacitados desde o início para a área de pesquisa.” Na última seleção, 150 estudantes da UFJF foram contemplados.

É o caso da estudante do 3º período de Engenharia Civil, Camila Leonel, que conseguiu a bolsa no início do ano passado quando ingressou na UFJF. Ela participou de estudos dirigidos que a ajudaram a determinar uma área de interesse no curso. Por meio das apresentações realizadas pelo programa, ela conheceu o trabalho do PET e hoje faz parte desse grupo. Os bolsistas do programa Programa Jovens Talentos Para a Ciência recebem auxílio de R$ 400 mensais durante o período de participação no programa, além de treinamentos nos projetos de fomento à pesquisa.

Ascom UFJF