Andifes realiza Seminário sobre internacionalização das Universidades Federais

A Andifes realizou dia 13 de março o Seminário Internacionalização das Universidades Federais. O encontro foi no Hotel nacional, em Brasília.

O seminário fez parte de um ciclo de debates da Andifes para construir diretrizes de uma expansão das universidades federais. A ideia foi reunir reitores, pró-reitores, governo e especialistas da área de relações internacionais acadêmicas e científicas para fomentar e ampliar a discussão neste cenário.

O presidente da Andifes, reitor João Luiz Martins (UFOP), falou da importância em discutir a internacionalização das universidades federais, pois o momento é de expansão e excelência e é preciso operacionalizar bem as atividades internacionais com qualidade para que tenhamos uma nação desenvolvida, estudantes, pesquisadores e professores capacitados profissionalmente.

Todos os participantes entenderam que a proficiência em língua estrangeira é a grande dificuldade para a internacionalização de alunos e professores.

Ministério das Relações Exteriores (MRE)
A conselheira Almerinda Carvalho (DCE/MRE) fez uma apresentação elencando as principais atividades e competências desenvolvidas pelo MRE por meio do departamento Divisão de Temas Educacionais (DCE). Ela falou da necessidade do Brasil, 6ª economia do mundo, em estimular os discentes a estudarem no exterior. “Não podemos deixar de lado a internacionalização, tão fundamental para formação do estudante. O MRE tem vários programas e bolsas para alunos sem recursos que querem estudar fora”. Confira no link: http://www.dce.mre.gov.br/.

Veja a apresentação da conselheira:
http://200.130.15.52index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=737&Itemid=27

Almerinda disse que o Itamaraty criou um departamento só para tratar da pós-graduação no exterior e que está de portas abertas para esclarecer dúvidas e questionamentos que as universidades tiverem. “As informações devem ser de domínio público e poucas pessoas têm conhecimento”, afirmou a conselheira.

Ministério da Educação (MEC)
A assessora de relações internacionais do MEC, Luciana Mancini, também esteve presente e disse estar à disposição da Andifes para esclarecimentos. O Ministério mantém relacionamento com diversos organismos internacionais, como a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), a Organização dos Estados Americanos (OEA), e a Organização dos Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), sobretudo pela participação em programas e projetos em áreas prioritárias ao desenvolvimento e melhoria dos sistemas educacionais dos países.

Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI)
Sobre a internacionalização da Ciência brasileira a assessora especial do MCTI, Ana Lucia Gabas, fez uma apresentação aonde comparou o percentual do PIB no Brasil aplicado em ciência e tecnologia a outros países, bem como o pedido de patentes.
Veja a apresentação: http://200.130.15.52index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=742&Itemid=27

Ana Gabas citou a criação do Programa Ciência sem Fronteiras como um grande avanço para a internacionalização da ciência e tecnologia. O Programa prevê a utilização de cerca de 100 mil bolsas para promover intercâmbio para alunos de graduação e pós-graduação. Além disso, ele busca atrair pesquisadores do exterior que queiram se fixar no Brasil ou estabelecer parcerias com os pesquisadores brasileiros em diversas áreas, principalmente de ciências exatas.

Sobre a falta de engenheiros do país Ana Gabas mostrou que no Brasil, em 2000 o número de alunos concluintes do curso de engenharia foi de 22.873. Em 2010 esse número mais que dobrou, chegando a 57.615 alunos formados em engenharia. Num cenário otimista de projeção de alunos concluintes de cursos de engenharia, produção e construção o último dado do IPEA mostrou que em 2020 a ideia é formar 283,8 mil alunos.

O MCTI acredita que a ciência, tecnologia e inovação deve ser o eixo estruturante do desenvolvimento sustentável do país e dessa forma deve reduzir a defasagem tecnológica, fomentar a economia verde e criativa, contribuir para a erradicação da pobreza e redução das desigualdades sociais e contribuir para a inserção internacional soberana do Brasil.

Cenário geopolítico
O reitor Clélio Campolina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) fez uma análise panorâmica do Brasil e do mundo acerca da internacionalização. Para ele o mundo está passando por uma transição. Campolina mostrou as vantagens e desafios estruturais do país avaliando o espaço geográfico, econômico e político.

Sobre as vantagens que o país tem estão á área geográfica e recursos naturais como solo, minerais, água, biodiversidade e Amazônia azul, tamanho da população (multirracial), avanço científico recente, ausência de conflitos com países visinhos, estabilidade política e institucional, entre outros fatores.

Acerca das desvantagens estão a baixa escolaridade fundamental e média: questão grave para o país e para as universidades, baixa integração das instituições e comunidades científicas com as atividades produtivas de bens e serviços, entre outras questões.

O reitor concluiu que para as universidades internacionalizarem com excelência é necessário reestruturar a carreira docente e de técnicos administrativos, reestruturar a gestão acadêmica e administrativa: flexibilização curricular, autonomia para contratações, importações e compras, ampliar os recursos para a pesquisa e inovação, entre outras questões.

Veja a apresentação do reitor da UFMG:
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Desafios e oportunidades para os Estados Unidos e Brasil em CTI
O Dr. John Holdren – Assessor Especial em Ciência e Tecnologia do Presidente dos EUA, Barack Obama, falou sobre desafios e parcerias com o Brasil.

John veio ao Brasil ampliar o relacionamento com o país na área de ciência, tecnologia e inovação. “Queremos colaborar e criar iniciativas para fazermos parcerias. Desejamos que nosso alunos venham para cá aprender, assim como queremos brasileiros indo aos EUA estudar”, disse o assessor.

John Holdren falou em incentivos nas diversas áreas do conhecimento. Ele disse que há várias possibilidades dos EUA e Brasil realizarem atividades conjuntas a longo prazo. “Ambos países vão contribuir com especialistas na área espacial, terrestre e meio ambiente”, afirmou Holdren.

Veja a apresentação de John Holdren:
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O presidente da Andifes, João Luiz Martins, disse que a cooperação entre os dois países é fundamental e que é muito importante para o Brasil essa troca de experiência.

Desafios para internacionalização das universidades federais
Os diretores e presidentes dos Colégios da Andifes debateram sobre os “Desafios para a Internacionalização das Universidades Federais”.

Veja as apresentações:

Professor Geraldo Luiz dos Reis Nunes (UFRJ) da diretoria do Conselho de Gestores de Relações Internacionais das IFES (CGRIFES):
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Professor Isac Medeiros (UFPB), presidente do Colégio de Pró-reitores de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação das Ifes (Copropi):
http://200.130.15.52index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=736&Itemid=27

CAPES
Sobre as práticas a serem adotadas pelas Universidades Federais para Operacionalização dos Programas de Internacionalização, o representante da CAPES, Geraldo Nunes Sobrinho reforçou a importância da formação dos alunos em língua estrangeira. “Precisamos da ajuda das instituições neste grande gargalo que é ensinar outra língua. Para cumprirmos as metas do Programa Ciência sem Fronteiras precisamos do apoio das universidades federais”, disse Geraldo.

Veja a apresentação da CAPES:
http://200.130.15.52index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=740&Itemid=27

CNPq
Márcio Ramos de Oliveira da coordenação internacional do CNPq apresentou alguns programas e projetos multilaterais do Conselho, falou do crescimento da pós-graduação, percentual de artigos científicos, entre outros assuntos. Sobre a distribuição do percentual de doutores titulados no Brasil no período de 1996 -2006, empregados durante o ano de 2008, por seção da classificação nacional de atividades econômicas (CNAE) dos estabelecimentos empregadores, a área de educação tem destaque com 76,77% doutores atuando nesta área. O restante estão em áreas como administração pública, atividades profissionais em ciência e tecnologia, saúde, entre outras.

Para Márcio Ramos investir em alunos e pesquisadores com bolsa no exterior melhora o aproveitamento do conhecimento desenvolvido nas melhores instituições de ensino e pesquisa do mundo, prepara o jovem brasileiro para um mundo globalizado e sua economia e atrai jovens talentos e pesquisadores internacionais altamente qualificados para trabalhar no Brasil.

Veja sua apresentação:
http://200.130.15.52index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=741&Itemid=27