Cota é ilusão de fim do problema, diz reitor da Zumbi dos Palmares

A maioria dos 1.500 estudantes da Faculdade Zumbi dos Palmares é negra, veio de escolas públicas e trabalha o dia todo. Para obter o diploma, desembolsam R$ 300 por mês.”Aqui não tem riquinho como na USP, não”, diz o reitor José Vicente.

Dentre os que já passaram pelas salas de aula da faculdade que levam o nome de personalidades negras como Cartola e Barack Obama, e fizeram cursos como administração e direito, alguns hoje estão em cargos de chefia.

Mas a inclusão do negro no mercado de trabalho ainda é um desafio que, diz Vicente, as cotas no ensino superior não conseguem resolver. “O Brasil nunca olhou a questão do negro com afinco.”

 Leia abaixo os principais trechos da entrevista.

 INCLUSÃO

 No Brasil, temos a postura de resolver o problema pela metade. Entende-se que as cotas no ensino superior podem resolver a exclusão, o apartheid social. E não é isso. O Brasil nunca teve interesse em resolver esse problema da inclusão do negro com afinco.

 AÇÕES

 A estrutura está contaminada pela ideia de que não existe raça ou racismo, que o problema é econômico. É preciso um sistema e não uma ação. E o mercado de trabalho? E a história do negro? E o corpo docente? E a comunicação social? Isso não está sendo discutido. Há uma ação mínima que causa a ideia de que o problema está solucionado.

 ENSINO SUPERIOR

 Quando a Zumbi foi criada [em 2003] havia cerca de mil instituições de ensino superior. Hoje temos mais de 2,3 mil instituições de ensino superior no Brasil e continuamos tendo apenas a Zumbi [como faculdade para negros]. Nos EUA há 130 universidades negras e 70% delas públicas.

 ALTERNATIVAS

 Enquanto todos estão discutindo as cotas no ensino superior, nós fizemos uma faculdade para negros. Nessa perspectiva a Zumbi foi importante para não ficar refém do debate de cotas e de quem diz que raça e racismo não existem. Há formas criativas de se responder a uma demanda e a uma necessidade da educação superior como um todo.

 DEZ ANOS

 Talvez sem a Zumbi nós não teríamos tantos formadores de opinião no movimento negro do Brasil. Fomos os pioneiros no ensino superior para negros e obrigamos todos a, de certa forma, mudar.

 LEGISLAÇÃO

 Nós temos uma lei de história do negro e história da África que nunca saiu do lugar, um estatuto da igualdade racial que nunca foi regulamentado e nunca ninguém foi preso no Brasil pro crime de racismo.

 ESTADOS UNIDOS

 Nos EUA houve uma série de ações civis que implicavam o negro nas universidades, no mercado de trabalho, na comunicação social. Não há um único filme norte-americano sem um negro. No Brasil, que tem 50% da população negra, não vemos negros nos filmes, mesmo que sejam feitos com dinheiro público.

 PRECONCEITO

 Estou cansado de me darem a chave do carro quando vou a um restaurante achando que sou manobrista. Ou que sou motorista. Existe uma ideia negativa do negro, do enegrecer, do “lado negro”. O negro é aquele cara que leva chumbo da polícia na TV. Com essa perspectiva no imaginário, quem vai querer contratar negro para cargo importante?

ENADE

 É possível avaliar alguém da USP como alguém da Zumbi, que trabalha o dia inteiro e mora na Cidade Tiradentes? [faculdade é nota dois no Enade]. Isso é injusto e insano. Duvido que outra instituição consiga fazer o que a Zumbi faz do ponto de vista da autoestima, do conhecimento, da conscientização.

 

Sabine Righetti – Folha de São Paulo

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