Cristovam Buarque fala sobre cenários do Brasil e papel da Educação Superior no Pleno da Andifes

A Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) dá continuidade ao Ciclo de Debates “Cenários do Brasil nos próximos 20 anos e papel da Educação Superior” com palestra do senador Cristovam Buarque (PDT-DF) na reunião do Conselho Pleno na próxima quarta-feira (16), às 15h30, na sede da Associação, em Brasília.

O senador Cristovam Buarque é o segundo convidado do ciclo de debates promovido pela Andifes. O objetivo é debater temas como cenários econômicos, meio-ambiente, ciências e tecnologia, qualidade da educação e da saúde pública, energia, relações internacionais, entre outros, buscando a interlocução com lideranças de diferentes áreas.

De acordo com o presidente da Andifes reitor Alan Barbiero (UFT) o ciclo de debates teve um começo excelente, com a palestra do deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) na reunião do Conselho Pleno do dia 18 de agosto. “Daremos seqüência ao ciclo com o senador Cristovam Buarque e esperamos a participação de nomes como Dilma Roussef, José Serra, Aécio Neves e Marina Silva“, explicou o presidente da Andifes. Segundo o reitor Alan Barbiero, essa continuidade dará mais consistência às discussões sobre o Ensino Superior no Brasil e os próximos vinte anos do país.

A promoção do ciclo de debates com potenciais candidatos à presidência da República é uma iniciativa pioneira da Andifes no cenário brasileiro, tradição já observada no ambiente universitário de países como os Estados Unidos. Devido ao caráter estratégico das universidades no desenvolvimento do país e na formulação de políticas públicas, as instituições de Ensino Superior se tornam espaços privilegiados para tais discussões.

Demandas
A ideia da realização de um ciclo de debates com lideranças políticas surgiu no plano de trabalho da atual gestão da Andifes. “Como mediadora das Instituições Federais de Ensino Superior com o governo e com a sociedade, é importante para a Andifes apresentar demandas relacionadas aos próximos vinte anos do país aos prováveis candidatos à presidência”, afirmou Alan Barbiero.

O Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) é uma das atuais preocupações da Associação. O prazo para realização do programa se esgota em 2011, mas a reivindicação dos reitores é de que ele seja perenizado. “Queremos apresentar o potencial do sistema federal de Educação Superior e de certa forma criar um compromisso com essas pessoas que estão pensando o país para os próximos vinte anos”, defendeu o presidente da Andifes.

O apoio à pós-graduação é outra demanda da Andifes que deve ser apresentada aos participantes do ciclo de debates. Atualmente, a Associação articula o Programa de Apoio à Pós-Graduação das Ifes, o PAPG-Ifes, que tem como foco a redução das assimetrias entre áreas do conhecimento e entre as regiões do Brasil, atentando para o desenvolvimento estratégico do país. O diagnóstico gerado em mais de um ano de estudos mostra que a proposta do PAPG, se realizada na íntegra, aumentaria o número de cursos de mestrado de 1.117 para 1.761 e de doutorado de 638 para 1.161; sendo que o número de mestrandos saltaria de 4.685 para 7.071 e doutorandos de 23.941 para 42.547.

Cristovam Buarque
Cristovam Ricardo Cavalcanti Buarque nasceu em fevereiro de 1944 em Recife (PE). Graduou-se em Engenharia Mecânica na Universidade Federal de Pernambuco em 1.966. Mudou-se para Paris em 1970, onde fez doutorado em Economia na Sorbonne (1970-1973) e trabalhou no Banco Interamericano de Desenvolvimento (1973-1979).

Em 1979 voltou ao Brasil para dar aulas no departamento de Economia da Universidade de Brasília, onde foi o primeiro reitor eleito pela comunidade universitária, em 1985. Cristovam Buarque saiu da reitoria da UnB em 1.989 e foi governador do Distrito Federal pelo Partido dos Trabalhadores (PT) entre 1.995 e 1.999.

Foi eleito senador pelo DF em 2002, com 674.086 votos. Em 2003 foi nomeado ministro da Educação pelo governo Lula. Filiou-se ao Partido Democrático Trabalhista (PDT) em 2004 e foi candidato à presidência da República em 2006, quando obteve 2.538.834 votos.