A luta dos cerca de 12 mil alunos da Universidade Gama Filho e do Centro Universitário da Cidade, descredenciados pelo MEC (Ministério da Educação) em janeiro, pela federalização das duas instituições ganhou apoio da bancada de deputados federais do Rio de Janeiro. Cerca de 40 parlamentares assinaram documento pedindo audiência com a presidente Dilma Rousseff para tratar do assunto. A resposta ainda não foi dada.

Uma das saídas encontradas para tornar viável o desejo dos alunos e dos quase 2.000 professores é a transformação do Cefet-RJ (Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca) em universidade. Surgiria, então, a UFCARJ (Universidade Federal de Ciências Aplicadas do Rio de Janeiro. A nova instituição recolocaria no “mercado” as vagas ofertadas pela UGF e UC, incluindo o curso de medicina e usaria o campus de Piedade, na zona norte.

O desejo de se tornar universidade é antigo no Cefet-RJ. A intenção foi protocolada no MEC em 2007. Odescredenciamento da Gama Filho e Univercidade seria a oportunidade perfeita de expandir a rede federal com baixo custo, uma vez que o campus, embora necessite de alguns reparos, oferece estrutura completa para todos os cursos.

Carlos Henrique Figueiredo, diretor-geral do Cefet-RJ, é grande entusiasta da ideia. Apoiado pelos reitores das universidades públicas do Estado, ele tenta nova reunião com o MEC.

– Eu estou tentando uma conversa com o MEC para tratarmos essa situação. A posição do Cefet é ofertar as vagas que deixaram de ser ofertadas pela Gama Filho e Univercidade.

Uma discussão criada em torno do assunto diz respeito à forma como seria feita a ponte de instituições particulares para uma federal. Segundo Figueiredo, o processo funcionaria como qualquer transferência externa. Já os professores teriam contrato temporário até que um concurso público fosse aberto.

– Ninguém entraria pela janela. Os alunos fariam processo de transferência, uma prova, um processo seletivo de transferência externa.

Nome atuante no movimento que luta pela federalização e questiona a posição do MEC, o professore do curso de engenharia elétrica da UGF Marcelo da Duarte, lembrou que o campus de Piedade precisa ser usado exclusivamente para a educação. O local pertenceria à família Gama Filho, mas teria sido arrendado pelo grupo Galileo Educacional, que tinha a mantença da UGF e UC.

– O testamento do campus diz que tem de ser voltado para a educação. Ou isso, ou volta para as mãos do governo federal. Considerando as dívidas que o Galileo tem com o próprio governo [cerca de R$ 900 milhões], é a coisa mais fácil do mundo.

R7