Em 13 anos, dobra número de cidades com ensino superior, mostra IBGE

Com a forte expansão das faculdades particulares, o número de municípios com unidades de ensino superior dobrou em pouco mais de uma década no país, divulgou o IBGE na manhã desta segunda (14).

Em 2001, 1.079 municípios brasileiros (19,6% dos 5.507 então existentes) tinham unidades de ensino superior em seu território. Em 2014, esse grupo tinha dobrado para 2.222 cidades (39,9% dos 5.570 totais).

Os dados são do suplemento cultural do Perfil dos Estados e Municípios Brasileiros 2014, divulgados pelo IBGE. O trabalho se propõe a levantar informações da área desde espaços culturais a atividades de ensino e pesquisa.

De 2001 para cá, o setor privado de educação passou por um rápido ciclo de expansão e consolidação, o que gerou gigantes do ensino como Kroton, Estácio, Anima e Ser Educacional, por exemplo.

Esse crescimento foi incentivado, além do aumento de renda da população, por programas do governo federal, como o ProUni (Programa Universidade para Todos), que oferece bolsas a estudantes de famílias pobres, e o Fies (Fundo de Financiamento Estudantil), que financia a graduação.

O indicativo de que foi o setor privado –e não o público– que fez dobrar o número de municípios com ensino superior vem de outra pesquisa, o Mapa do Ensino Superior, elaborado pelo Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior.

Segundo esse mapa, o número de instituições privadas de ensino superior saltaram de 1.391 em 2001 para 2.391 em 2013. Nesse período, a expansão na rede pública foi de 183 para 301 instituições.

Com a forte expansão das universidades no período, o número de estudantes de 18 a 24 anos no ensino superior cresceu de 32,9% em 2004 para 58,5% em 2014, segundo dados da Síntese de Indicadores Sociais do IBGE.

O Perfil dos Estados e Municípios Brasileiros 2014 mostra ainda que os arquivos públicos e de documentação cresceu estavam presentes em 21,7% dos municípios em 2014. Em 2012, quando o dado passou a ser pesquisado, esse percentual era de 18%.

Bruno Villas Bôas – Folha de São Paulo