Foram dois dias intensos para retomar uma parceria que durou mais de 20 anos e que ajudou a criar o padrão de excelência da Universidade Federal de Viçosa (UFV/MG). Nos dias 3 e 4 de outubro, 18 professores da Universidade de Purdue estiveram em Viçosa para encontrar professores daqui que estudaram lá e mostrar aos  estudantes de graduação possibilidades de intercâmbio na universidade americana.

A Universidade de Purdue fica no estado de Indiana, centro-oeste americano. Com mais de 30 mil estudantes é considerada uma das universidades mais internacionalizadas do mundo. E tudo começou com Viçosa. Segundo a professora de Purdue, Adriela Fernandez, a parceria com a UFV foi primeiro projeto de internacionalização de Purdue. Entre 1952 e 1975, a UFV enviou para Purdue mais de 60 estudantes de pós- graduação que depois se tornaram professores da UFV. Muitos professores de lá também vieram para Viçosa atuando na pós-graduação. A primeira dissertação de mestrado em ciências agrárias defendida no Brasil foi feita no Departamento de Fitotecnia da UFV com co-orientação de um professor de Purdue.

Segundo o ex-reitor da UFV, Antonio Lima Bandeira, a parceria com Purdue foi responsável pelo grande avanço da UFV nas décadas de 50 e 60, com a implantação de programas de pesquisas que outras universidades brasileiras não conheciam. “Viçosa aprendeu que a pesquisa é a base do ensino e soube cultivar a filosofia americana de interação do meio acadêmico com o meio agrícola, de interação do saber acadêmico com o usuário deste saber”, disse ele.

Com a realização do Purdue Day, a UFV quer retomar esta parceria enviando e recebendo estudantes de graduação e doutorado. Para isso, a UFV promoveu um encontro dos professores de Purdue com mais de 200 alunos de graduação interessados em escolher a Universidade de Purdue para intercâmbio por meio do Programa Ciência sem Fronteiras. O estudante de graduação em Engenharia Agrícola Gabriel Medeiros Abrahão acaba de voltar de lá e foi o primeiro da nova geração de alunos da UFV a escolher Purdue para estudar fora do Brasil. “O intercâmbio em Purdue foi uma experiência muito rica porque lá eu conheci outra maneira de pensar e fazer ciência. Lá o conhecimento é usado de maneira mais aplicada e penso que isso será muito importante para meu futuro profissional”. O Purdue Day deve fazer com que muitos dos mais e 300 alunos de graduação inscritos no Programa Ciência sem Fronteiras este ano escolham o mesmo destino.

Os professores visitantes também se encontraram com pesquisadores da UFV interessados em cursar disciplinas de doutorado na Universidade americana. No segundo dia de programação, o Purdue Day promoveu o Simpósio de Bioenergia. O evento reforçou a parceria entre as instituições no desenvolvimento de trabalhos nesta área de pesquisa. Entre os palestrantes do evento estava o presidente da Embrapa, Maurício Antônio Lopes. Ele é ex-aluno da UFV e da Universidade de Purdue e falou sobre o uso de energia renovável no Brasil e a necessidade do país identificar um futuro em que a biomassa se relacione com algumas indústrias.

O Purdue Day terminou com uma cerimônia de congraçamento para os professores visitantes e ex-alunos da UFV que estudaram em Purdue. Segundo a reitora Nilda de Fátima Soares a UFV vive um momento de grande movimentação para a internacionalização. “Nós estamos entre as cinco universidades do Brasil que mais enviam estudantes pra estudarem fora do país. Dos 722 estudantes da UFV que estão participando do programa Ciências sem Fronteiras, 227 estão nos Estados Unidos”. Este evento abre mais espaço para nossos alunos interessados em participar de intercâmbios. Ainda segundo a reitora outras universidades americanas e européias estão interessadas em promover eventos semelhantes ao Purdue Day na UFV nos próximos meses.

Ascom UFV