O ministro da educação, Aloizio Mercadante, esteve ontem (17) na Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) para apresentar argumentos técnicos e políticos da proposta de carreira ofertada aos professores das universidades federais. Os reitores se manifestaram sobre os aspectos conceituais do documento e destacaram que houve avanço no debate que pode por fim a greve pelo fato de existir uma proposta na mesa de negociação, pleito antigo da Andifes.  

Na conversa com os reitores, Mercadante defendeu a proposta de carreira e reajuste aos professores, colocando em evidência os eixos que valorizam a docência, como titulação, dedicação exclusiva e regime de progressão por mérito. Para o presidente da Andifes, reitor João Luiz Martins, existe consonância com pontos conceituais que a Associação defende, mas ele ressaltou que os reitores centralizam o debate nos aspectos acadêmicos e não nos financeiros, no sentido de construção de uma nova carreira que auxilie no crescimento da universidade do século 21, com expansão, excelência e internacionalização, conforme proposta apresentada pela Andifes em abril de 2012.

“Achamos importante e positivo o fato do governo ter posto uma proposta. Esperamos agora que os professores analisem e apresentem sugestões que entenderem pertinentes, e que a negociação acelerada, e uma proposta acordada, permitam o mais breve possível o encerramento da greve e a diminuição dos prejuízos causados”, disse o presidente da Andifes que, junto com outros reitores, se comprometeram em dar ampla divulgação da proposta do governo. 

Na reunião, os reitores pediram atenção do Governo no sentido de estabelecer interlocução com os técnico-administrativos, que não foram contemplados na proposta. O ministro assumiu um compromisso pessoal de, após o encerramento da greve dos professores, levar o debate para dentro do Governo. Aloizio Mercadante alertou que tanto a conclusão das negociações, bem como eventual análise da demanda dos técnicos, precisam ser apressadas em função dos prazos legislativos para aprovação do orçamento de 2013.

Ele disse também que diante das restrições fiscais impostas pelo quadro econômico internacional, a Presidenta Dilma Rousseff decidiu priorizar o atendimento dos professores das universidades por reconhecer o papel estratégico dessas instituições para o desenvolvimento do país.

A Andifes se colocou à disposição para colaborar com o debate e formulação da proposta que a mesa de negociação entre movimento sindical e governo julgarem pertinentes. O presidente João Luiz afirmou ainda que aguarda que a análise do documento, feita pelos docentes, seja no sentido construtivo de apresentar sugestões de aprimoramento.

Além do ministro Aloizio Mercadante, estiveram presentes na reunião da Andifes o secretário executivo do MEC, Henrique Paim, o secretário de educação superior (SESu), Amaro Lins, o presidente do Inep, Luiz Cláudio Costa, e o presidente da Capes, Jorge Guimarães. Após a conversa no auditório da Associação, Aloizio Mercadante e o reitor João Luiz Martins deram entrevista coletiva à imprensa, que aguardava o término da reunião.

Os diálogos dos gestores das universidades federais seguiram durante o dia com reuniões entre representantes das diretorias, da Fasubra e do PROIFES. A Fasubra renovou a solicitação de apoio à Andifes para abertura de negociação com o governo. Já o PROIFES apresentou a sua avaliação sobre a proposta e informou que será recebido pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) amanhã (19), quando apresentará sugestões de melhoria na nova carreira.