Ministro Fernando Haddad participa do pleno da Andifes e discute novo modelo de processo seletivo

A Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), realizou, no dia 6 de abril, às 9h, na sede da Associação, em Brasília, a LXXVIIIª reunião ordinária do seu Conselho Pleno. A partir das 15h, o plenário teve a participação do ministro da Educação, Fernando Haddad, da secretária de Educação Superior Maria Paula Dallari Bucci, do secretário executivo do Ministério da Educação (MEC) José Henrique Paim e do presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) Reynaldo Fernandes.

Concluídos os informes gerais da Andifes, a entidade questionou o secretário executivo do MEC Henrique Paim sobre questões relativas ao orçamento de 2008 e 2009 das Ifes. Com a chegada do ministro, a pauta passou para a proposta de mudança no processo seletivo das universidades federais. O presidente da Andifes, reitor Amaro Lins (UFPE) agradeceu a participação de Fernando Haddad e afirmou que a Andifes sente-se honrada com a possibilidade de iniciar esse debate. 

 

 Antes de iniciar a exposição sobre a proposta de unificação dos vestibulares, Fernando Haddad lembrou as recentes reformas estruturais da educação, como o processo em curso de diagnóstico da situação dos hospitais universitários, novidades em relação à gestão de pessoal e à interface entre universidades e fundações de apoio. “Estamos com uma agenda de trabalho vitoriosa, que traz conseqüências para a educação superior”, destacou o ministro.

Processo seletivo           
Fernando Haddad explicou que na nova forma de seleção os candidatos farão a prova do Enem e depois o Inep disponibilizará as notas. De posse delas, o estudante aplica, online, sua pontuação para o curso e universidade desejados, sendo que o número de opções deve ser cinco. Dessa forma, o ministro acredita em uma maior mobilidade dos estudantes, e aí surge uma das preocupações dos reitores: o apoio para medidas de assistência estudantil.  Fernando Haddad reconhece que a proposta implica em um “desafio maior na questão da permanência” e garante que o MEC está comprometido com isso.

 Outra premissa da Andifes, atendida pelo MEC, é a participação da Associação na construção e organização do processo, com colaborações inclusive técnicas sobre as provas. A este respeito o ministro afirmou que o novo modelo de seleção precisará de um comitê de governança, que contaria com representantes das universidades. O presidente da Andifes adiantou que esses nomes podem sair da continuidade do pleno, na manhã do dia 7 de abril.

 Alguns reitores lembraram a preocupação com as disparidades regionais existentes entre as universidades, temerosos de que estudantes de outros estados ficassem com a maioria das vagas, em detrimento da comunidade regional. Tanto o ministro quanto o presidente do Inep afirmaram que as provas selecionam de forma parecida, sejam os vestibulares tradicionais ou o Enem. Quanto a este ponto, o ministro acredita que as cotas sociais também contribuem para diminuir as diferenças.

A maioria dos dirigentes das universidades questionou aspectos operacionais do processo, como a segurança na aplicação das provas, opções dos cursos e instituições, os prazos para publicação dos editais e divulgação das notas. O MEC se comprometeu a enviar à Andifes, na quarta-feira, dia 8 de abril, uma nota técnica com esse tipo de esclarecimentos.

O tempo para a implantação da mudança também é preocupação recorrente entre os reitores. Como o vestibular é um processo complexo e demorado, muitos dos editais das Ifes já estão em andamento e até em fase de conclusão, para se tornarem públicos. O ministro acredita que a mudança pode ser aplicada já no processo seletivo de 2010, principalmente para as universidades que decidirem adotar o Enem como fase única de seleção. Alguns reitores ponderaram a possibilidade de fazer uma segunda fase, por exemplo. Neste caso, o ministro concorda que é mais difícil, devido ao tempo, pois o Inep teria que divulgar os resultados em tempo hábil para a continuação do processo seletivo, mas garante que é uma ideia a ser considerada.

O presidente da Andifes Amaro Lins parabenizou o ministro pela transparência nas declarações e pela preservação da autonomia das universidades, que podem aderir ou não à proposta do MEC. Fernando Haddad lembrou que o processo pode ser aprimorado a cada ano. “Não vão faltar críticas, mas é uma evolução”, afirmou o ministro. Amaro Lins considerou a reunião extremamente positiva e lembrou que as decisões de cada universidade serão tomadas nos seus conselhos superiores.