Momento de oportunidade

TENDÊNCIAS/DEBATES

A superespecialização é legítima, mas uma alternativa mais adequada seria a vivência em campo como médico generalista

O papel do médico tem mudado. Além de atender, a ele cabe orientar o paciente em seu estilo de vida, coordenar a assistência de outros profissionais, monitorar o uso de medicamentos e, sobretudo, ser o elo de confiança entre o ser humano e as diferentes vertentes tecnológicas.

Um profissional no exercício técnico de suas funções necessita mais do que a sua boa e sólida formação. Necessita de apoio de outros profissionais, de tecnologia e de condições que lhe permitam exercer o ato profissional com plena satisfação. A distância dos grandes centros, pela iniquidade de recursos, é prejudicial e só pode ser aprimorada por movimentos incentivados.

A atual dinâmica da formação educativa médica pressupõe um caminho que leva à superespecialização. Isso é legítimo no contexto da ambição pessoal, mas uma alternativa mais adequada à realidade brasileira seria um currículo que exigisse como pré-requisito médico uma vivência em campo como médico generalista.

Essa alternativa, compartilhada por médicos com ampla visão dos problemas de saúde no Brasil, tem consonância com a proposta de estender os cursos de medicina de seis para oito anos e incluir um período de atendimento em unidades de serviço público.

A proposta de mudança feita pelo governo federal é positiva. O equívoco está em tentar criar a sensação de que medidas como essa ou a importação de médicos vá resolver os problemas. Os dados de exigibilidade de médicos per capita, por exemplo, não traduzem uma consistência pautada por bases sólidas.

Os perfis epidemiológicos, a coexistência de profissionais paramédicos ou não, as instalações, a existência ou não de recursos de maior ou menor complexidade, os processos ambulatoriais não permitem que essa aritmética seja levada a sério sempre.

Entre alunos médicos que se graduam e aqueles que param de trabalhar, o incremento anual é de 6.000 profissionais. Será que é suficiente para dar conta dos desafios onde houve uma explosão demográfica? As pessoas estão vivendo mais, aumentando a sobrecarga e a demanda por serviços de saúde.

As propostas do governo representam uma oportunidade para a classe médica levar adiante uma discussão na dimensão de que o país precisa e com a participação de todos os atores sociais envolvidos. Mais do que os impactos da importação de médicos e do novo modelo proposto para formação dos profissionais, devemos discutir questões estruturantes, pensando, principalmente, no longo prazo, e não apenas em medidas imediatistas.

Há várias vertentes a serem consideradas e uma delas é a educação. Se faltam médicos, também faltam estruturas, em quantidade e qualidade, para a sua formação. Faltam investimentos para criação de infra estrutura para medicina preventiva e assistencial que tornem os municípios atrativos para prestação de serviços de maneira segura.

Na última avaliação do Conceito Preliminar de Curso (CPC), do Ministério da Educação, em 2011, nenhum dos cursos de medicina obteve a nota máxima (cinco). Ao mesmo tempo, o número de candidatos quase dobrou em dois anos, de 390 mil em 2009 para 690 mil em 2011.

Isso aconteceu devido às facilidades criadas pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e à possibilidade de ingresso por meio da prova do Enem. Sem a criação de novas vagas e com a procura maior do que a oferta, falta estímulo para a melhoria da qualidade.

A sociedade espera soluções concretas e o principal papel que a classe médica pode ter nesse processo é alertar o governo para o risco de medidas que podem ser paliativas para alguns sintomas, mas não resolvem os verdadeiros problemas do paciente. O processo do consenso, longe da unanimidade, deve ser construído com a participação da sociedade. Toma tempo, mas certamente é o único modo que converge para a forma estruturante.

(Claudio Luiz Lottenberg – Folha de São Paulo)

Claudio Luiz Lottenberg, 52, doutor em oftalmologia pela Escola Paulista de Medicina, é presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein.

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