“Não se muda nada sozinho na educação”

Ex-reitor da Universidade Federal de Pernambuco e ex-secretário de educação do mesmo Estado, um dos idealizadores do movimento Todos pela Educação palestrou ontem no Fórum Microsoft de Educação Inovadora, em São Paulo. Defensor da implantação do mérito para promoções de professores, ele conversou com Zero Hora:

Zero Hora – O senhor defende a meritocracia no plano de carreira dos professores. No Rio Grande do Sul, essa proposta causou polêmica. Como implantar a mudança?

Mozart Ramos – Tem de ter diálogo. Fiz em Pernambuco o plano de carreira baseado no mérito. São Paulo, Tocantins e Ceará também já iniciaram esse processo. Tem de ser natural, se for de cima para baixo, não adianta. Não funciona. Não se muda nada sozinho na educação.

ZH – Quais as principais mudanças que o senhor considera necessárias no novo Plano Nacional de Educação, que está sendo elaborado pelo MEC?

Ramos – O financiamento gradual é fundamental, chegando a 10% do PIB para a educação em 2020. Em 2014, já deveremos chegar a 7%. Precisamos de metas, não dá para ter 290 planos como agora. A nova proposta do MEC é reduzir para 25. Precisamos ter foco.

ZH – A falta de professores é crônica no país. Como resolver?

Ramos – Precisamos atrair os jovens, criar uma carreira promissora, pautada no mérito e no desempenho, investir na formação e nas condições de trabalho.

Mozart Ramos, Presidente executivo do Movimento Pela Educação.