Obama quer melhor educação para manter liderança dos EUA

Presidente disse que, em uma década, EUA passaram de 2° para 11º país em graduados universitários anuais

Efe Agência Estado, 10/03/2009 – São Paulo SP

WASHINGTON – O presidente americano, Barack Obama, afirmou nesta terça-feira, 10, que "o lugar dos Estados Unidos como líder se encontra em perigo", a menos que se faça um melhor trabalho na educação. Obama falou diante da Câmara de Comércio Hispânica dos Estados Unidos, em discurso para apresentar seu plano de melhora do sistema educacional, a primeira vez em que faz um discurso frente a um público latino desde sua posse. Recebido com gritos de "sí, se puede", a versão em espanhol de seu lema eleitoral "yes, we can" (sim, nós podemos), Obama disse que a reforma da educação faz parte das medidas para recuperar a saúde econômica do país.

Entre os elementos de seu plano, Obama propõe um fortalecimento dos padrões de ensino para colocar as escolas do país em nível mundial, incluindo um aumento do horário escolar e uma extensão do ano letivo. "Sei que mais horas e dias de escola não é algo extremamente popular", admitiu o presidente. "Os desafios de um novo século demandam passar mais tempo em aula. Se podem fazer isso na Coreia do Sul, também podemos fazer aqui", ressaltou. O presidente lembrou que, em uma década, os EUA passaram do posto de segundo país em número de graduados universitários anuais para o 11º lugar. Por isso, Obama quer aumentar o número de graduados universitários até 2020, assim como ampliar as vagas na educação pré-escolar e apoiar as escolas especializadas. Propõe também um sistema para compensar os professores cujos alunos obtenham bons resultados e punir os que não forem bem, uma medida que conta com a oposição dos sindicatos docentes.

Em seu discurso, Obama também fez uma chamada para frear o número de estudantes que deixam a escola sem concluir os estudos do ensino médio, fenômeno que afeta especialmente os alunos latinos. Cerca de 22% dos latinos não conclui seus estudos secundários, uma proporção três vezes maior à dos estudantes brancos não hispânicos. "Abandonar os estudos secundários deixou de ser uma opção. Não quando nossa proporção de abandono triplicou em 30 anos. Não quando os não graduados recebem a metade de um diplomado universitário. Não quando os estudantes latinos abandonam em maior proporção que qualquer outro", disse. Lançou também uma chamada aos jovens para que se dediquem aos estudos e propôs mais facilidades para a educação contínua dos profissionais. Obama reconheceu que suas ideias custarão dinheiro, e disse que se prestará contas do gasto. Mas, ressaltou, para fazer funcionar o sistema, não é só necessário o dinheiro, mas também a responsabilidade pessoal de alunos e de pais. "No final, nenhuma política do Governo marcará nenhuma diferença a menos que prestemos mais contas como pais", disse o presidente americano.