Papel das universidades na inovação foi tema de mesa redonda na tarde de ontem na Reunião Anual da SBPC

Convidados destacaram a relevância da interação entre universidades, empresa e Governo

Na programação da SBPC Inovação, ontem (13/7) o tema foi o papel das universidades, em mesa redonda que abordou temas como as parcerias entre universidades, empresas e Governo; a importância do investimento em educação pública de qualidade; e os desafios que o País precisa superar para ampliar seus indicadores de inovação. O evento integra a programação da 67ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que acontece até o próximo dia 18 no Campus São Carlos da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

A mesa, coordenada pela Diretora da Agência de Inovação da UFSCar, Ana Lúcia Vitale Torkomian, contou com a participação do Secretário Executivo do Ministério da Educação, Luiz Cláudio Costa; do Diretor da Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei), Gerson Valença Pinto; da Secretária Executiva do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Emília Maria Silva Ribeiro Curi; e do Reitor da UFSCar, Targino de Araújo Filho, que também é Presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes).

Em sua apresentação, Luiz Cláudio Costa afirmou que o debate sobre a inovação no Brasil passa por uma reflexão sobre a qualidade do Ensino Superior brasileiro, muito jovem se comparado, por exemplo, às universidades europeias. Para ele, apesar do País não ocupar posição de destaque nos rankings de inovação, houve um avanço muito grande no percurso percorrido, considerando essa história recente. O Secretário argumentou que a universidade tem o papel fundamental de formar profissionais qualificados e competentes. “Infelizmente, um desafio enfrentado é a defesa de que a universidade, para se manter pura, não deve fazer contato com empresas. Eu acredito que a universidade tem a obrigação de manter contato com todos os setores da sociedade, o que não significa que ela deve absorver os seus valores capitalistas”, alegou.

Gerson Valença, por sua vez, lembrou que o investimento em inovação no Brasil, apesar de possuir níveis parecidos com os demais países do BRICS (grupo composto por Brasil, Rússia, Índia e China e África do Sul), está atrás de nações altamente inovadoras como Japão, Estados Unidos, Coreia e Alemanha. Segundo o Diretor da Anpei, é necessário haver um maior investimento privado em inovação, ainda muito baixo devido à instabilidade econômica que só foi superada recentemente. Por outro lado, ele também acredita que houve um avanço nos últimos 10 anos, fruto da criação de leis como a de Inovação e a “do Bem”, que influenciaram a aproximação entre universidades e empresas. “Acho que estamos no meio do caminho, não dá para dizer que alcançamos um estado de maturidade, tem um espaço para avançar e tornar a inovação ainda mais institucional no País. E como fazer essa aproximação? Realizando atividades, parcerias. Não pode ficar apenas no campo filosófico, do debate”, defendeu.

Já o Reitor da UFSCar partiu das transformações vividas pelo Sistema Federal de Educação Superior nos últimos anos, com o crescimento inédito na história do País, para falar dos desafios que se apresentam às universidades neste momento, considerando seu potencial de participação no desenvolvimento social e econômico brasileiro. Nesse contexto, dentre outros papéis para a universidade, o dirigente destacou o de formar empreendedores já em um ambiente de valorização da inovação e o de continuar produzindo pesquisa de qualidade. Além disso, o Presidente da Andifes defendeu a necessidade de ampliar os investimentos nos Núcleos de Inovação Tecnológica das universidades, principais mediadores das relações entre essas instituições e a indústria brasileira.

Ascom UFScar