Para Demóstenes Torres, governo distorce educação com ideologia

Citando trechos de livros das coleções distribuídas para as escolas públicas de todo o país, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) disse ontem que “o governo federal está fazendo educação ideologizada e criminosa”. Ele afirmou que, além de ensinar Matemática errada e agredir o idioma, o Ministério da Educação tenta fazer de cada aluno “um militante de ONG, sindicato ou partido ligado ao Palácio do Planalto”.

 

– Folhear o livro [Viver, aprender] é um passeio pelos diversos ensaios da idiotia. Lê-lo é ter contato com um texto confuso, às vezes patético. Estudar por ele é tomar aula primária de militância esquerdista com argumentos pré-Revolução Russa de 1917.

 

Segundo Demóstenes, o livro Vivências e diversidades informa que há apenas dois grupos de jovens no Brasil, o dos negros e pardos, com 51% da população, e o de brancos, com 49%.

 

Na estatística do ministério, disse o senador, não existem no país os amarelos, cafusos, mamelucos, polacos, mulatos, mestiços e índios. Afirmou também que o “marketing chapa-branca” fez com que os livros incorporassem propaganda explícita do governo, com reprodução integral de peças publicitárias.

 

Waldemir Moka (PMDB-MS) disse, em aparte, que os livros foram retirados do catálogo do ministério. Demóstenes esclareceu que, até o momento, somente os livros de Gramática e Matemática foram retirados. Pedro Taques (PDT-MT) frisou que, nesse tema, o Brasil poderá receber medalha de ouro no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa). Marinor Brito (PSOL-PA) disse que”a nossa escola hoje virou símbolo da violência, com alunos agredindo professores”. Já Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) afirmou que não há versão da História que não seja ideologizada.