Pesquisa aponta perfil dos universitários de Universidades Federais

Segundo pesquisa nacional, a maioria é jovem, com renda de 3 salários. Mulheres continuam sendo o grupo predominante em todas as regiões nas universidades federais: 7% a mais do que homens

O estudante das universidades federais é jovem, tendo em média 23 anos de idade. A maioria é de mulheres (elas são 7% a mais do que os homens) e 69%, na região Norte, são das classes C, D e E, com renda familiar de até três salários mínimos. Esses são alguns pontos destacados no resultado da pesquisa nacional do “Perfil Socioeconômico e Cultural dos Estudantes de Graduação das Universidades Federais Brasileiras”, realizada pelo Fórum Nacional de Pró-Reitores de Assuntos Comunitários e Estudantis (Fonaprace), com apoio da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições de Ensino Superior (Andifes).

A amostra selecionada baseou-se no conjunto de estudantes matriculados no segundo semestre de 2009, compreendendo um total de 19.663 alunos de 117 cursos.

De acordo com a pesquisa, no geral os estudantes das classes C, D e E, com renda familiar de até três salários mínimos, representam 44% dos estudantes das Universidades Federais, sendo que este percentual sobe para 69% e 52% nas regiões Norte e Nordeste, respectivamente. Ao analisar a classificação por renda familiar, foi verificado que 41% das famílias recebem ate três salários mínimos, mas há disparidades regionais. Esse percentual cresce significativamente nas regiões Norte e Nordeste para 50% e 63%, respectivamente, e cai no Sul e Sudeste e Centro-Oeste, com 31%, 32% e 33%, respectivamente.

As mulheres continuam sendo o grupo predominante em todas as regiões, com o percentual nacional de 53,5%, semelhante ao do ano de 2004, que era de 53%.

Na distribuição por turnos, enquanto estudantes das classes C, D e E predominam nos cursos noturnos, 52,5%, no matutino prevalecem estudantes das classes A e B, 57,9%. E o elevado índice de trancamento de matrículas, 12%, é verificado especialmente nos estudantes das classes C, D e E.

Dados têm direcionado projetos

O conhecimento do perfil do aluno das instituições federais, segundo a reitora da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Márcia Perales, tem direcionado projetos como o aumento do número de bolsa dos Programas de Iniciação Científica (Pibic), que passou de 430 para 700 bolsas, além de mais de 300 do programa Bolsa-Trabalho, destinadas a ajudar o aluno que tem dificuldade para permanecer na universidade e concluir seu curso.

O aumento do número de cursos noturnos é outra medida indicada pela reitora como importante para atender ao aluno que precisa estar no mercado de trabalho.  Foram mais de 300 novas vagas nos cursos noturnos de Engenharia Sanitária, Agronomia, Ciências Biológicas, Educação Física e Engenharia de Alimentos. “Isso atrai alunos das classes C, D e E para a Ufam”, argumenta.