Professor da Ufac lança livro sobre a formação da sociedade econômica acriana

“Nossa origem não pode ser tratada de maneira apoteótica”, destaca o professor da Universidade Federal do Acre (Ufac), Eduardo de Araújo Carneiro, em alusão ao seu livro recém-lançado intitulado “A formação da sociedade econômica acriana: sangue e lodo no surto da borracha (1876-1914)”.

Segundo Carneiro, o livro discorre sobre a formação política e econômica do estado do Acre e discute o sistema de aviamento, que conforme aponta o autor colocou o Acre na “periferia da cadeia mercantil do sistema capitalista”.

Questões desconhecidas dos acrianos como: genocídio dos indígenas e a violência sexual contra as mulheres são temas abordados pelo autor. Eduardo Carneiro também contesta a ideia de uma identidade formada por heróis e a configuração ideológica assentada no paradigma do povo acriano – como o sujeito que lutou para ser brasileiro.

Segundo o autor nossa origem não é gloriosa e sua afirmação pode ser comprovada pelas fontes que contam fatos apagados pela historiografia dita “tradicional”. O exercício interpretativo proposto pelo professor aponta que o poder e os jogos de interesses se insinuavam na relação seringueiro versus seringalista, articulando uma relação de mútua desonestidade entre ambos. O “sangue” e o “lodo” citados no título do livro como o adubo das “raízes acrianas” representam a violência e a corrupção vividos no surto da borracha.

Segundo Eduardo Carneiro, esse será o primeiro da série de cinco livros, os próximos serão: A fundação do Acre: uma história revisada da anexação (Fase Invasiva, Militar e Fase Diplomática); A epopeia do Acre: um estudo sobre comemorações cívicas e abusos da história; O discurso fundador do Acre: e a invenção do patriotismo e do heroísmo acriano e O direito do Amazonas ao Acre Setentrional: uma análise do discurso político, jurídico e histórico.

O livro custa R$ 25 e pode ser encomendado pelos telefones 8111 4931, 8111 8991 e pelo e-mail eduardocarneiro.ac@gmail.com.

Ascom UFAC