“Tem de haver um equilíbrio entre mérito e bônus”

João Grandino Rodas, Reitor da Universidade de São Paulo

O reitor da USP, João Grandino Rodas, diz considerar importante a questão do mérito para a concessão de bônus no vestibular. Leia a seguir trechos da entrevista, concedida por telefone do Paraguai, onde ele atua como juiz do Tribunal Permanente de Revisão do Mercosul.

A pró-reitora de graduação Telma Zorn defende o fim da concessão automática de bônus de 3% a alunos egressos de escolas públicas. Ela quer atrelar o bônus ao mérito. O senhor é a favor?

A questão do mérito não pode desaparecer, mas tem de haver equilíbrio entre mérito e bônus. Não se pode afastar o mérito da universidade, mas se pode fazer facilidades compatíveis. O que tem de ser discutido é em que grau isso será feito.

A gestão anterior, que fez o Inclusp, criou meta de 30% de aprovados no vestibular de egressos de escolas públicas. De 2009 para 2010, caiu para 25%. E agora sua gestão fala que não há metas. Como explicar isso?

A meta não foi alcançada neste ano, em grande parte, por causa do programa do governo (federal) que concede bolsas em instituições privadas (Prouni), o que diminui a pressão nas escolas públicas. Se isso não tivesse ocorrido, a meta teria sido alcançada. Se amanhã a universidade chegar à conclusão que não é essa a inclusão desejada, será feita uma mudança.