UFCA – Professores e pesquisadores usam Inteligência Artificial em suas pesquisa

O uso da Inteligência Artificial (IA), campo da ciência que simula a inteligência humana, tem transformado o mundo a partir do aumento da capacidade das máquinas inteligentes. Atravessando as mais diversas áreas, a IA é hoje campo de pesquisa da Matemática à Psicologia, passando pela Medicina, Engenharias, Ciência da Computação, entre outras.
O professor e pesquisador de IA da Universidade Federal do Cariri (UFCA), professor Paulo Renato Alves Firmino, explica que na IA, a partir da imitação do processo de desenvolvimento da inteligência de uma pessoa, que se dá por meio do processo de aprendizagem através de respostas positivas ou negativas a estímulos, os estímulos e respostas são traduzidos em dados e, no processo de decisão, a máquina busca reduzir a magnitude dos erros. Dessa forma, quanto maior a quantidade de dados, mais inteligente a máquina se torna, e é assim que são desenvolvidas máquinas que dão diagnósticos médicos mais acurados, por exemplo. E que também são desenvolvidas máquinas capazes de fazer previsões e dar diagnósticos nas mais diversas áreas.

Na UFCA, pesquisadores usam a IA em diferentes pesquisas. Paulo Firmino, por exemplo, tem desenvolvido pesquisa básica e aplicada dedicadas, em especial, ao aprendizado de máquinas (ou modelagem) e subsequente predição ou reconhecimento de padrões. Por exemplo, as pesquisas que ele desenvolve contribuem para o desenvolvimento de um modelo que permite diagnosticar, com elevada acurácia, se determinada amostra de grãos de soja passou ou não por um processo de irradiação gama, que tem sido importante para a melhoria de qualidade da produção de grãos.

Já o professor e pesquisador de IA, Vinicius Pereira do Sacramento, do curso de Administração e Contabilidade da UFCA, está desenvolvendo um aplicativo chamado Paleoimage, que tem como função principal o combate ao tráfico de fósseis do Cariri. Esse aplicativo fará a identificação biométrica das imagens digitais dos fósseis extraídos na região da Bacia do Araripe. Segundo Vinicius Sacramento, “visto a necessidade do controle local sobre os fósseis, da região do Cariri, para combater os furtos e o mercado ilegal em sites dos materiais paleontológicos, o app denominado Paleoimage é criado com o propósito de fazer a sistematização e criação de um banco de imagens dos materiais paleontológicos, utilizando a identificação biométrica nas peças, individualmente”, explica. O projeto de desenvolvimento do aplicativo foi contemplado com o programa Centelha, que estimula a inovação tecnológica e empreendedora no Ceará.

A professora da UFCA, Rosilda Benício de Souza, da área da Estatística, tem desenvolvido projetos no Programa de Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) usando Redes Neurais Artificiais (RNAs), que são modelos computacionais inspirados no sistema nervoso, e projetos voltados para problemas de classificação, no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PIBITI).

Já o projeto do professor Nelson Carvalho Sandes, do curso de Ciência da Computação da UFCA, busca facilitar o agrupamento de uma base de dados por meio de algoritmos de clustering. Seu projeto pode ser aplicado em empresas facilitando o agrupamento dos seus clientes em grupos, estudar suas características e assim projetar produtos específicos para cada grupo.

Categorizar um texto sem a interferência de uma pessoa é a pesquisa em IA do pesquisador e professor do curso de Ciência da Computação, Roberto Flávio Fontenelle Pinheiro Junior. O seu projeto “Seleção de Características aplicadas a problemas de Classificação de Documentos” teve como resultado final um sistema de classificação de documentos completo.

Outro projeto voltado para a Inteligência Artificial na UFCA é do professor Francisco Alixandre Ávila Rodrigues, da Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional Sustentável da Instituição. Sua pesquisa está ligada à utilização da IA na interpretação de imagens por meio de modelos já definidos ou customizados e as suas aplicações podem ser usadas, por exemplo, no monitorar fenômenos na superfície terrestre, tais como desmatamento, derramamento de óleo no oceano, dentre outros. Os algoritmos para o processamento de imagens já estão públicos em revistas cientificas e disponíveis para usá-los.

Encontro para desenvolvimento da Rede de Inteligência Artificial do Ceará

Buscando reunir pesquisadores, governo e instituições, será realizado o primeiro encontro para o desenvolvimento da Rede de Inteligência Artificial do Ceará, no dia 2 de outubro, a partir das 17h, de forma remota, no Auditório Virtual da UFCA (link para uma nova página). O evento é gratuito e será realizado por pesquisadores da UFCA, da Universidade Federal do Ceará (UFC), da Universidade Estadual do Ceará (Uece) e do Instituto Federal do Ceará (IFCE).

Confira a programação abaixo:

“Papel da IA no desenvolvimento dos clusters econômicos de inovação do Ceará”, com Júlio Cavalcante Neto, secretário executivo do Comércio, Serviços e Inovação da SEDET);

“IA e desenvolvimento sustentável”, com o professor da UFCA, Paulo Renato Firmino;

“IA, indústria 4.0 e cidades inteligentes”, com o professor do IFCE, José Wally Mendonça Menezes;

“IA e ciência de dados, com o pesquisador da UFC, Guilherme de Alencar Barreto;

“Os principais gargalos dos pesquisadores de IA no Ceará”, com o professor da Uece, Joaquim Celestino Júnior;

“Estruturação formal da rede, a partir dos Termos de Cooperação e de um Plano de Trabalho”, com o diretor de articulação e relações institucionais da UFCA, Anniel da Silva Negreiros;

Pontapé inicial do desenvolvimento colaborativo do plano de trabalho, orientando-se pelas ideias da IANE – http://ia-ne.org/

Serviço

1º Encontro para o Desenvolvimento da Rede de Inteligência Artificial do Ceará
Data: 2 de outubro de 2020
Hora: 17h
Virtual: Canal YouTube do Auditório Virtual da UFCA