UFES – Projeto de pesquisa desenvolve madeira plástica com rejeitos da barragem rompida em Mariana

Um projeto entre universidades mineiras e capixabas busca alternativas para lidar com os rejeitos de minério de ferro da barragem de Fundão, em Mariana (MG), que se rompeu há quatro anos, em 5 de novembro de 2015. No Departamento de Química da Ufes, pesquisadores desenvolvem uma madeira sintética feita a partir da lama da barragem como alternativa à matéria-prima tradicional.

Os estudos fazem parte do Projeto Candonga, que tem a missão de propor soluções tecnológicas para problemas socioambientais e dedica-se a transformar em materiais de valor agregado os rejeitos da lama dragada pela hidrelétrica Risoleta Neves (MG), também conhecida como Candongas.

Na Ufes, o projeto conta com a orientação dos professores Maria de Fátima Lelis e Marcos de Freitas, e com a participação de cinco alunos de graduação, quatro de mestrado e três de doutorado. A partir da análise científica, surgiu a proposta de utilizar o rejeito para fabricar madeira plástica. “Estudos nos mostraram que essa lama possui características e propriedades interessantes”, aponta a professora Maria de Fátima. “A madeira plástica é obtida utilizando resíduo plástico – de embalagens, por exemplo –, lama e alguns aditivos”, completa.

Ao aproveitar resíduos já descartados, esse processo evita a geração de mais poluentes, além de atenuar o volume de detritos em aterros sanitários e nas barragens de contenção das mineradoras.

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Além da Ufes, participam do grupo de pesquisa a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM, no nordeste mineiro) e a Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop).