UFMG – Machado de Assis leitor

A Editora UFMG promove amanhã, 20 de agosto, em Belo Horizonte, o lançamento do livro Machado de Assis leitor: uma viagem à roda de livros de Ruth Silviano Brandão e José Marcos Resende Oliveira.

Para os autores, o escritor é também um leitor: “o escritor é, antes de tudo, um leitor de livros, de pessoas, de situações, de contextos sociais e históricos e de mundo”. A partir dessa premissa, os autores analisam a obra de Machado de Assis estabelecendo conexões de suas leituras e a influência que elas tiveram em sua escrita.

O ponto de partida do projeto foi a Biblioteca Machado de Assis e os livros e artigos sobre suas leituras, como os de Silviano Santiago, Alfredo Bosi, Gilberto Pinheiro Passos, Marta de Senna, Abel Barros Baptista, Enylton de Sá Rego, Jacyntho Lins Brandão e muitos outros.

Sobre os autores:

RUTH SILVIANO BRANDÃO é doutora em Literatura Comparada pela UFMG, professora de Literatura da UFMG. Escreveu, entre outros livros, Lúcio Cardoso – a travessia da escrita (Editora UFMG,1998), Mulher ao pé da letra (Editora UFMG, 2006) e A vida escrita (2006). Publicou o poema em prosa, Aporias de Astérion (2004), e Minha ficção daria uma vida (2010).

JOSÉ MARCOS RESENDE OLIVEIRA é doutor em Literatura Comparada pela UFMG; psicanalista, membro do Aleph – Escola de Psicanálise. Coautor de Estádio do espelho, agressividade, criminologia: efeitos da leitura dos textos de Lacan.de
1948/1949 (2007).

Lançamento
Livraria Quixote
20 de agosto de 2011 | Sábado | 11 às 14 horas
Rua Fernandes Tourinho, 274 – Savassi – Belo Horizonte – MG
Informações: 31-3409-4656

Machado de Assis leitor: uma viagem à roda de livros
Ruth Silviano Brandão; José Marcos Resende Oliveira
Área: Literatura brasileira | Crítica e interpretação
Coleção: Humanitas
Apoio: Programa de Pós-Graduação em Letras: Estudos Literários 2011. 242 p. ISBN: 978-85-7041-899-9
Preço: R$ 36,00
Xavier de Maistre viajou à roda do quarto, lembra Machado de Assis, andarilho das letras que fez viagens à roda de livros. Sem elas, o mundo ficaria menor e nossos olhos de leitores veriam menos. As bibliotecas abrem as portas dos livros e do universo. A Biblioteca de Machado de Assis é ampla janela para as mais variadas literaturas, recriando nossos olhos brasileiros e os olhos de seu século. Seus livros continuam reinventando os livros, o mundo e seus leitores, com a interminável errata pensante que não permite que a literatura deixe de realizar sua incessante viagem à roda de outros livros, até que chegue ao leitor ruminante, que não os dá aos vermes, ao contrário do que disse Brás Cubas.

Orelha:
O escritor é, antes de tudo, um leitor, insistem os autores deste livro, e o confirmam ensaístas que já trilharam o caminho das leituras de Machado de Assis, como Alfredo Bosi, José Luís Jobim, Gilberto Pinheiro Passos, Marta de Senna, Abel Barros Baptista, Enylton de Sá Rego, Jacyntho Lins Brandão e muitos outros, leitores ruminantes do Bruxo, aquele que viajou em livros e morou no Cosme Velho. Sua biblioteca e seus textos mostram sua mobilidade para visitar autores, personagens e suas escritas, usando-os como citações, o que sempre faz com a marca de uma diferença, tornando-o leitor crítico e criativo. Sem esgotar as leituras de Machado de Assis, os autores desta obra mostram como nosso escritor contribuiu para uma nova posição do leitor brasileiro, em relação às várias literaturas, diante das quais nunca foi um admirador passivo. Nesse sentido, ele anunciou as novas teorias críticas contemporâneas, segundo o cânone europeu ou americano, e preparou a consciência do leitor brasileiro para as possibilidades intertextuais de sua própria literatura. Este livro propõe uma nova contribuição para se refletir sobre esse aspecto do texto machadiano, reiterando várias vezes que o escritor é, antes de tudo, um leitor de livros, de pessoas, de situações, de contextos sociais e históricos e de mundo. Para realizar este projeto buscaram-se suportes teóricos em ensaístas franceses, como Jean-Michel Rey, Antoine Compagnon, Michel Schneider; argentinos, como Jorge Luis Borges, Ricardo Piglia; mexicano, como Carlos Fuentes; ou português, como Abel Barros Baptista. Além dessas leituras, operadores teóricos advindos da psicanálise talvez façam a diferença desse trabalho, no que concerne à parte do outro.p