UFMT auxilia na preservação do patrimônio histórico do Estado

O departamento de Arquitetura e Urbanismo, vinculado a Faculdade de Arquitetura, Engenharia e Tecnologia (Faet) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) desenvolve projeto de extensão que realiza ações relacionadas à preservação do patrimônio material e ambiental do estado. As iniciativas tratam de estudos técnicos ligados ao tema, como a revisão ou elaboração de legislações específicas para o controle e manutenção de estruturas arquitetônicas, desenvolvimento de políticas públicas, assessorias, projetos, palestras e o envolvimento em processos participativos e de comunicação com a sociedade.

O objetivo é dar suporte para necessidades que envolvam arquitetura e construção, especialmente regiões reconhecidas como patrimônio de interesse histórico cultural. As ações são efetuadas em parceria com o Instituto Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan-MT). Uma delas consiste em fazer levantamentos e mapeamentos sobre o centro histórico de Cuiabá. O intuito é realizar uma revisão sobre a instrução normativa que regulamenta as reformas e intervenções no perímetro tombado da capital e no seu entorno. 

“A legislação que trata sobre esse assunto em Cuiabá existe desde a década de 1990. Portanto, ela precisa ser atualizada e melhorada em alguns aspectos. Por isso, nós elaboramos mapas e tiramos conclusões dos dados que são levantados, para assim, apontar o que deve ser alterado ou mantido na lei”, afirma a coordenadora do projeto, professora Luciana Mascaro. 

Para a docente, o projeto apoia iniciativas preocupadas com a preservação da arquitetura e engenharia em Mato Grosso. “O centro histórico da capital está degradado porque faltam políticas públicas direcionadas ao tema. O projeto tenta, de alguma forma, dar suporte às demandas que envolvem a preservação das construções arquitetônicas, dos traçados urbanos e das paisagens. O nosso papel é fazer um contrapeso aos diversos interesses que envolvem a questão e evidenciar a importância que o patrimônio material e ambiental tem para a história dos municípios”, explica.

Além de beneficiar o espaço público das cidades, os discentes de arquitetura da UFMT podem desenvolver o repertório prático e teórico a partir do que é realizado pelo projeto de extensão. “As iniciativas que são executadas melhoram a vivência acadêmica, pois através delas eu me informei a respeito de assuntos importantes socialmente, aprendi novas ferramentas de trabalho, escrevi artigos para serem publicados em seminários e congressos e tenho contato com pessoas que trabalham na área de meu interesse, que é o patrimônio histórico. Entre outras coisas, o projeto me oportuniza experiências que eu não teria se dependesse apenas das aulas ministradas no curso”, afirma Gabriella Torres, estudante do quarto semestre de Arquitetura e Urbanismo.

Ações

Recentemente, a equipe começou a trabalhar com uma análise do sistema construtivo da Casa de Bem-Bem, localizada na Rua Barão de Melgaço, em Cuiabá. O imóvel é considerado patrimônio histórico e já passou por dois desabamentos. As ações realizadas visam fazer uma descrição sistemática sobre a construção do local. “O trabalho serve para entender o contexto histórico do casarão e os saberes com os quais foi construído. Além disso, as pesquisas podem auxiliar no momento em que for necessário fazer uma restauração do patrimônio”, completa a coordenadora do projeto.

O projeto de extensão foi iniciado no ano passado, mas desde 2013 o departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFMT estabelece a parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em Mato Grosso (Iphan-MT) a fim de desenvolver ações de preservação aos patrimônios históricos de Mato Grosso. Em 2017, estudos e levantamentos realizados em Cáceres resultaram na elaboração de uma minuta de instrução normativa que regulamenta alteração da arquitetura e paisagismo no munícipio e de que maneira os processos de restauração e construção devem ser concretizados.

“No início, a parceria com o Iphan-MT era algo bem específico. Porém, durante este período, nós recebemos muitas demandas relacionadas a preservação do patrimônio em Mato Grosso. Então, pensamos ser importante criar um projeto de extensão que fosse mais abrangente e pudesse atender as diversas demandas do estado”, finaliza a professora Luciana Mascaro.

O projeto também já realizou levantamentos de todo conjunto construído no centro de Cuiabá, com o objetivo de identificar o que está em risco de desabamento. Além disso, as ações envolvem demandas imprevistas, como palestras, discussões sobre determinadas legislações e cursos de capacitação.