70 cursos de graduação aderiram à flexibilização curricular
Estudantes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) retornaram, nesta segunda-feira (10), às atividades acadêmicas do calendário suplementar para o semestre letivo 2020/1, com a flexibilização de componentes curriculares em caráter excepcional e temporário, por meio de Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs). Nos 4 campi da UFMT, 70 do total de 88 cursos de graduação aderiram à flexibilização curricular.
A oferta flexibilizada das atividades previstas no calendário acadêmico tem como objetivo buscar estratégias de ensino e aprendizagem durante o período de distanciamento físico. Para orientar os acadêmicos envolvidos no processo, a UFMT disponibilizou um site sobre o tema, em que estão disponíveis informações sobre a ação.
Segundo a estudante do segundo ano de Pedagogia, Caroline Cherubini Costa Freire, em comparação com a modalidade presencial, a expectativa quanto a qualidade de ensino por TICs é baixa, mas considera o retorno às aulas como positivo para o momento. “Aqueles que têm meios de ter acesso às aulas, bem como quem consegue estudar de maneira autônoma, poderão dar continuidade na construção dos conhecimentos do curso. Além disso, quem não pode ter acesso às aulas ou não é possível a adaptação não será prejudicado, o que torna a flexibilização mais justa”, afirma.
O estudante do sétimo semestre de Química, Felipe Perin Bezerra, matriculou-se em três disciplinas ofertadas pela flexibilização, duas na modalidade assíncrona e uma por meio de ferramentas síncronas, e explica que enxerga na flexibilidade um meio acessível de poder cursar determinado módulo. “Na metodologia assíncrona o material fica disponível online, então o aluno tem um período de tempo maior para se programar e assistir no melhor momento, diferente da síncrona, em que é restrito ao horário em que a aula está sendo ministrada”, diz.
Visando a permanência estudantil, a Pró-reitoria de Assistência Estudantil (PRAE) abriu dois editais de apoio a estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica, que contemplam a inclusão digital dos alunos da UFMT que terão as atividades flexibilizadas. Um deles diz respeito ao apoio financeiro para a aquisição ou locação de equipamentos e materiais de acessibilidade, o outro é voltado para o acesso à internet. Os interessados devem verificar os requisitos necessários para a participação.
Para o estudante do quarto semestre de Biologia, André Santiago, ainda há incertezas sobre como será o funcionamento das matérias, o formato ou estratégias utilizadas, porém, apesar da situação atípica, acredita ser válida a tentativa de minimizar os danos aos alunos. “O atual momento é complicado e pede um pouco de sensibilidade e razoabilidade. Acredito que a flexibilização, por enquanto, é um bom meio-termo entre o EaD e a completa ausência de aulas, não deixando de lado todo o suporte necessário aos estudantes que precisam de ferramentas para poder acessar as diversas plataformas. Caso se mostre um problema, devemos discutir novamente a questão”, destaca.
O período de ajuste de matrícula do aluno encerra nesta terça-feira (11). O ajuste deve ser feito por todos os veteranos em cursos com regime de créditos, não apenas aqueles que terão disciplinas flexibilizadas.