O Campus da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) em Rondonópolis receberá pesquisadores do Brasil, França, Bélgica e Estados Unidos no período de 4 a 6 de setembro, para o I Simpósio de Internacional de Arqueologia e a 18ª Semana de História.  Estão inscritos 210 participantes. Os dois eventos ocorrerão paralelamente e têm o objetivo de divulgar as pesquisas realizadas ao longo dos últimos 30 anos pela Missão Franco Brasileira, composta por pesquisadores do Museu do Homem de Paris, do Museu de Etnologia e Arqueologia da USP e de outras instituições brasileiras e estrangeiras, realizadas na região da Cidade de Pedra, município de Rondonópolis, informa o coordenador do evento, professor Adilson José Francisco.

Entre as descobertas científicas desse período está a de que a Cidade de Pedra foi, não só uma área de grande circulação, mas de fixação de pessoas, em diferentes épocas, conforme demonstram as prospecções nas camadas geológicas, diz o professor. “Datações por Carbono 14 indicam que a mais antiga data da presença humana no local é 4.500 anos a.C”, completa. Os fatores que denotam a fixação e a existência, ali, de uma organização social, são urnas encontradas na Caverna do Cipó, duas delas com ossadas humanas completas, o que demonstra o rito funerário. Elementos simbólicos como este são sinais do processo de organização das sociedades.

A região da Casa de Pedra é considerada uma área de intercurso entre povos incas e guarani. “Líderes Bororo não reconhecem como seus os grafismos ali existentes”,  diz  o historiado Adilson José Francisco. Trata-se de um território de formação vulcânica no meio de dois rios muito piscosos (Rio Vermelho e Rio Cidade de Pedra), o que também facilita a fixação. Hoje, é uma Reserva do Particular do Patrimônio Natural (RPPN) de 140 hectares e já serviu de espaço de visitação e de educação patrimonial e histórica do Sul do estado de Mato Grosso.  Informações como estas serão apresentadas aos participantes do Simpósio no dia 06 de setembro, em uma aula técnica no local. Dois livros foram produzidos e serão lançados durante os eventos.

As pesquisas iniciaram há 30 anos e há 15 o campus da UFMT em Rondonópolis participa das atividades mediante a seleção de estagiários para atuarem no período de um mês em campo. Há 12 anos a parceria foi efetivada e seis monografias de graduação e de especialização já foram desenvolvidas por estudantes da UFMT. “As áreas envolvidas são, predominantemente, História, mas temos também de Geografia e Biologia”, cita Adilson Francisco.

O I Simpósio de Internacional de Arqueologia e a 18ª Semana de História são promovidos pelo Departamento de História e pela Pró-Reitoria do Campus de Rondonópolis. A organização é da UFMT, do Museu do Homem de Paris e da Agropastoril Jota Basso.

O acesso aos eventos só será possível mediante inscrições. O simpósio contará com conferências, mesas-redondas, exposições de fotos e projeção de dois documentários sobre as pesquisas. A organização disporá de ônibus para o deslocamento até a Cidade de Pedra, onde estão localizados os sítios arqueológicos e áreas de pesquisa.

Mais informações: (66) 3410.4018/66 3410.4019 (Departamento de História)

Ascom UFMT