UFPB – Ambulatório será o primeiro do país a acolher soropositivos em falha terapêutica

Discriminação de quem vive com HIV/AIDS leva pacientes a desistir do tratamento

Ambulatório da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) será o primeiro do país a acolher soropositivos em falha terapêutica, ou seja, quando, por algum motivo, o tratamento antirretroviral não evolui.

O atendimento do Programa Nenhum a Menos já funciona no Complexo Hospitalar Clementino Fraga, em Jaguaribe, referência em HIV/AIDS na Paraíba. A previsão é de o ambulatório seja inaugurado em 1º de setembro.

De acordo com o coordenador geral do projeto e professor do Departamento de Fonoaudiologia da UFPB Jaims Ribeiro, as falhas terapêuticas são caracterizadas por tratamentos que foram interrompidos, não iniciados ou cujo medicamento não diminui a carga viral do paciente.

“Inúmeros fatores de ordem psíquica e social estão associados a estas falhas. As razões para as desistências do tratamento são variadas. Mas, muitas das vezes, estão associadas ao estigma negativo que envolve a doença”.

Identificá-los e ajudar a superá-los é um dos principais objetivos do projeto. Para alcançá-lo, a assistência contará com atendimento especializado nas áreas de Medicina, Fonoaudiologia, Enfermagem, Serviço Social, Psicologia e Farmácia, envolvendo profissionais de todo o Nordeste.

Jaims Ribeiro explica que as ações se desenvolvem a partir da busca ativa entre os perfis dos pacientes e de encaminhamento a partir do setor de enfermagem.

Dados de julho deste ano indicam que, na Paraíba, 367 pessoas foram diagnosticadas com HIV, mas ainda não iniciaram a Terapia Antirretroviral (TARV).

Também foi verificado que mais de 1,3 mil pessoas abandonaram o tratamento e 380 estão fazendo uso da TARV, mas permanecem com carga viral detectável.

A Aids (sigla para acquired immunodeficiency syndrome – síndrome da imunodeficiência adquirida, em português) é uma doença crônica causada pelo vírus HIV, que interfere na capacidade do organismo de combater infecções.

Com tratamento efetivo, é possível ter uma vida saudável e, com o vírus indetectável no organismo, não transmiti-lo para outras pessoas.

Bruna Ferreira | Ascom/UFPB