UFPR disponibiliza base de pólen em plataforma internacional gratuita

Um trabalho inédito da Universidade Federal do Paraná lançou uma base de polens com a contagem volumétrica de grãos de pólen por metro cúbico de ar coletado. Os dados estão disponíveis no aplicativo gratuito AccuPollen – Allergy Tracker – The Real Pollen Count, que indica onde estão as maiores contagens de pólen em determinada área. O grupo de estudos, formado pelos professores Ricardo Godoi, do departamento de Engenharia Ambiental, e Nelson Rosário, do departamento de Pediatria-Alergia, busca conhecer a quantidade de polens na cidade de Curitiba e os impactos na população.

“A base de dados americana de contagem de polens é muito forte, assim como a européia, mas na América do Sul esse trabalho está começando. Por realizarmos pesquisa na área há vários anos na UFPR, fomos convidados a disponibilizar os dados nesse aplicativo abrangente, via plataforma de smartphone”, conta o alergologista Nelson Rosário.

A polinização das gramíneas depende das condições climáticas e costuma incomodar os alérgicos, já que as pequenas partículas flutuam no ar, tornando difícil a tarefa de se esconder da exposição ao pólen. O professor Ricardo explica que o acesso aos dados pelo aplicativo contribuem para que as pessoas possam evitar determinados ambientes. “Assim como uma ferramenta de previsão do tempo, a base traz informações sobre as contagem de pólen do local. Atualmente somos o único grupo de pesquisa a incorporar dados de polens brasileiros nesta importante base de dados”.

 

Aplicativo gratuito está disponível via IOS e Android.

“Fizemos estudos epidemiológicos e cerca de 20% da população de Curitiba é sensível ao pólen de gramínea”, ressalta o o docente Nelson. “Os médicos também podem acessar a plataforma e saber se os sintomas dos pacientes são consequência da exposição ao pólen”.

A primeira etapa de coleta e análise das amostras de pólen de gramíneas foi realizada entre 2017 e 2019. A estudante de Engenharia Ambiental da UFPR e bolsista de iniciação científica, Juliana Camargo, realiza as amostragens semanalmente no Centro Politécnico. A proposta agora é ampliar o projeto para outras regiões. “Queremos colocar um amostrador de polens na região da Mata Atlântica, próximo a Paranaguá”, diz Godoi.

Os estudos também avaliam a existência de gramíneas consideradas invasoras, com potencial para agravar a saúde da população. Outras duas estudantes já acompanham as amostragens e identificação dos polens e chegaram a aplicar a técnica em São Paulo e Manaus.

“Isso vem coroar o trabalho de pesquisa desenvolvido na UFPR, que é pioneiro no Brasil, e levou outros centros a repetirem o que fazemos em termos da descrição da alergia do pólen”, completa Rosário.

O aplicativo está disponível via IOS e Android.