UFRGS e Instituto Fome Zero firmam parceira para promover a segurança alimentar e nutricional

As duas instituições atuarão no auxílio das políticas públicas de combate à fome e à desnutrição
A UFRGS, por meio do Círculo de Referência em Agroecologia, Sociobiodiversidade, Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (ASSSAN Círculo), e o Instituto Fome Zero (IFZ) firmaram uma parceria de trabalho para promover a Segurança Alimentar e Nutricional (SAN). O objetivo é fomentar a SAN como estratégia de política pública para o enfrentamento dos desafios da atual sindemia, à qual a humanidade está exposta, que se caracteriza pelas pandemias da desnutrição, obesidade e mudanças climáticas.

A implementação do Programa Fome Zero, a partir de 2003, e as políticas de transferência de renda fizeram com que o Brasil fosse um dos primeiro grandes países em desenvolvimento a deixar o Mapa Mundial da Fome, em 2014. No entanto, seis anos depois, país retrocedeu em seus níveis de segurança alimentar e nutricional. Atualmente, o Brasil voltou a integrar a lista dos países em que a fome é considerada um problema estrutural, situação que deverá se agravar com a crise econômica e social, agravadas pela pandemia de covid-19, principalmente para as populações mais pobres e vulneráveis.

Diante dessa situação, José Graziano da Silva, um dos criadores do Programa Fome Zero e ex-diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), fundou o Instituto Fome Zero em outubro de 2020. “O Instituto Fome Zero nasce para manter essa bandeira da erradicação da fome e com o propósito de lutar de forma permanente com iniciativas em benefício da Segurança Alimentar e Nutricional no Brasil e junto à comunidade internacional. Coloca-se, ainda, a missão de preservar a história do combate à fome no Brasil e desenvolver estudos, pesquisas, seminários e troca de experiências que possam retomar o papel de pioneirismo e liderança do nosso país nesse tema”, salienta Graziano.

Para a professora da Faculdade de Ciências Econômicas e coordenadora do ASSSAN Círculo Gabriela Coelho de Souza, uma política pública de enfrentamento à fome deve priorizar a Segurança Alimentar e Nutricional. “O nosso trabalho tem sempre o olhar voltado à sociobiodiversidade, ao manejo sustentável dos ecosistemas nativos, a partir da concepção de conservação pelo uso, sendo essa uma forma de criar e gerar renda para as comunidades”, ressalta.

Num primeiro momento, o ASSSN Círculo vai apoiar na divulgação dos objetivos do IFZ, junto aos municípios e territórios rurais, nos quais já vem atuando. “Além disso, pretendemos contribuir no assessoramento aos municípios e estados para a implantação do Sistema Integrado de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN)”, completa Gabriela.

O Círculo de Referência em Agroecologia, Sociobiodiversidade, Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional coordena o comitê técnico científico da Plataforma de Gestão do Conhecimento em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Plagesan). Essa rede nacional de pesquisa está sendo criada junto ao Ministério de Ciência e Tecnologia e será abrigada pela UFRGS, através do ASSSAN Círculo.

A plataforma traz dados sobre Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional e a Sociobiodiversidade em diferentes níveis, pensando em todo o Brasil, nos biomas, nas regiões, nos estados e nos municípios. “O nosso desafio junto ao instituto, através do compartilhamento de dados e indicadores, é chegar nos grupos locais, porque muitos desses grupos são povos de comunidades tradicionais, povos indígenas, migrantes, ou seja, públicos que se encontram em maior estado de fragilidade, vulnerabilidade e insegurança alimentar e nutricional”, concluiu a professora Gabriela.

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