A UFSC promoverá debates e consultas públicas para decidir sobre a adesão ou não do Hospital  Universitário  à gestão pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). A metodologia e a forma de consulta serão decididas na próxima reunião do Conselho Universitário, no dia 14. Na última sessão, na tarde da última terça-feira na Sala dos Conselhos, quando foi decidido que haverá a discussão com a comunidade, conselheiros manifestaram ainda o interesse em realizar várias reuniões, em todos os Centros de Ensino e nos três turnos, para possibilitar o máximo de participação.

Durante a sessão, componentes da Comissão de Análise sobre a Ebserh, falaram sobre problemas vividos no momento pelo Hospital. O professor Carlos Eduardo Andrade Pinheiro, coordenador do Curso de Medicina, mencionou a dificuldade de alocação de alunos na rede hospitalar local e a necessidade de aumentar a quantidade disponível de leitos. Sérgio Fernando Torres de Freitas, diretor do Centro de Ciências da Saúde, levantou a questão sobre a função preferencial do HU ser o atendimento ou o ensino. A possibilidade do contrato com a Ebserh é analisada como alternativa para financiamento e solução desses problemas.

Irineu Manoel de Souza, Simone Hagemann e Tânia Krüger, também integrantes da mesma Comissão, que apresentou o relatório parcial, mencionaram falhas na empresa nos hospitais onde o contrato foi adotado, notadamente o Hospital Universitário do Piauí, apontadas por auditoria do Ministério Público Federal após denúncias da imprensa local. Os contrários ao sistema de gestão pela Ebserh questionam a perda de controle do HU por parte da UFSC, a possibilidade de brechas para privatização de leitos e a efetividade da empresa em resolver os problemas desses hospitais. Havia também manifestantes contrários à Ebserh no saguão junto à Sala dos Conselhos e no Auditório da Reitoria, de onde acompanharam a sessão em um telão.

A Ebserh foi criada em 2011 pelo Ministério da Educação como órgão gestor dos hospitais universitários brasileiros e cuidar de aspectos administrativos como compra de materiais e contratação de pessoal. A medida é parte do Programa de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf) e a adesão não é compulsória. As leis, portarias e regulamentos relacionados à criação e ao funcionamento estão no site da empresa.

Fabio Bianchini/Jornalista da Agecom/DGC/UFSC