UFSCar realiza diversas ações de apoio a educação ambiental

A Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) conta com um Departamento de Apoio a Educação Ambiental (DeAEA) que oferece respaldo às ações relacionadas à promoção do conhecimento sobre questões ligadas a essa área, que surjam da própria Instituição e também iniciativas da comunidade acadêmica. O apoio é ofertado por meio da coordenação de projetos, organização e divulgação de atividades variadas, redação de relatórios, dentre outras iniciativas que sejam necessárias para que a educação ambiental possa ser promovida. Dentre os projetos que estão abrigados no DeAEA estão o Canecas, o Trilha da Natureza e o Coleta Seletiva.

O projeto Canecas, por exemplo, surgiu em 2003 a partir da iniciativa de alunos que compunham o Grupo Ambiental Ipê Amarelo (GAIA). Por meio da distribuição de canecas para os alunos da UFSCar, o projeto visa reduzir o consumo de copos plásticos descartáveis nos Restaurantes Universitários e a partir daí instigar reflexões que estimulem a adoção de novos hábitos ambientalmente sustentáveis. Dessa maneira, além de contribuir para a redução de resíduos sólidos, se colabora para que haja menos despesas com armazenamento e descarte de copos descartáveis. No início do projeto os próprios estudantes, com o apoio da Universidade, organizavam, desenvolviam a logística e eram responsáveis pela divulgação da ação.

Porém, desde 2010 ele passou a ser uma atividade de extensão institucional sob coordenação do DeAEA.
A bióloga Liane Printes, chefe do DeAEA, conta que há uma demanda grande por parte dos próprios estudantes por ações de educação ambiental. Além do projeto canecas, como outro exemplo, Liane cita o projeto Monjolinho, que visa conhecer e divulgar as necessidades de proteção do Lago localizado no Campus São Carlos da UFSCar com o objetivo de motivar o engajamento do maior número de pessoas possível quanto à limpeza e preservação do espaço. “O Projeto Monjolinho é formado por alunos e pesquisadores da UFSCar e por profissionais egressos da Universidade. Como parte das ações, o grupo promove mutirões de limpeza às margens do lago”, explica Liane.

O Grupo de Incentivo a Redução, Reutilização e Reciclagem (GIRe³), também formado por alunos de diversas áreas do conhecimento da UFSCar que se uniram com o objetivo de melhorar, ensinar e incentivar a população e estudantes de São Carlos à prática do reduzir, reutilizar e reciclar, é outro exemplo de engajamento dos estudantes da Universidade. O Grupo, abrigado ao DeAEA, realiza pesquisas sobre a situação de São Carlos em relação à produção, destinação e reciclagem de resíduos sólidos. Baseados nessas pesquisas, já foram desenvolvidos projetos como a criação de postos de coleta de lixo eletrônico dentro da UFSCar e o “3 Rs na escola”, que consiste em visitas a escolas das redes municipal, estadual e particular para conversar com os alunos de modo a desenvolver a conscientização ambiental, mostrando a importância do reduzir, reutilizar e reciclar no cotidiano e indicando caminhos para iniciar as boas práticas em suas casas.

Outro projeto de grande importância é o Trilha da Natureza, que ocorre na UFSCar há 24 anos e é realizado em parceria com o Centro de Divulgação Científica e Cultural (CDCC) da USP. O Trilha da Natureza promove visitas abertas a todos os interessados ao Cerrado da UFSCar, com o objetivo de sensibilizar os visitantes para que, conhecendo a biodiversidade desta área natural, possam preservá-la. O projeto visa promover reflexões para que os visitantes percebam que fazem parte da natureza.
Ultimamente, ocorrem cerca de 100 visitas por ano. Liane Printes conta que as visitas são realizadas periodicamente, por pessoas ligadas à UFSCar, de outras universidades, da comunidade em geral e de escolas dos ensinos Fundamental e Médio. “As visitas são guiadas por alunos que participam de uma oficina formativa para que possam atuar como monitores”, relata a bióloga. Ainda ocorrem no Cerrado aulas de disciplinas de cursos de graduação, como Gestão Ambiental, Biologia e Gerontologia, onde os professores e os estudantes acabam usando a área como um laboratório a céu aberto.

Em uma parceria do DeAEA com o Departamento de Gerontologia (DGero) da UFSCar também já ocorreram visitas ao Cerrado pelo Trilha da Natureza para a Melhor Idade. Na ocasião, além de promover uma aproximação dessas pessoas com o ambiente natural, foram trabalhadas questões relacionadas à orientação espacial e ao desenvolvimento e estimulação de aspectos cognitivos, visando melhorias corporais e uma melhor qualidade de vida aos participantes.

O DeAEA ainda é responsável pela coleta seletiva de resíduos comuns da comunidade interna da UFSCar. Este serviço é realizado para atender um decreto federal, que existe desde 2006, que demanda que todas as instituições públicas federais encaminhem seus resíduos recicláveis para cooperativas ou associações de catadores para fortalecer o trabalho dessas pessoas e a inclusão. Segundo Liane Printes, poucas universidades no Brasil, mesmo instituições federais, cumprem essa determinação, como a UFSCar tem feito.
“Há também um trabalho contínuo por parte do DeAEA no sentido de sensibilizar servidores, funcionários terceirizados e alunos quanto à importância da utilização correta dos coletores de materiais recicláveis espalhados pelos campi da Universidade”, afirma a chefe do Departamento. Porém, para a bióloga, ainda é necessário um comprometimento maior, principalmente no correto descarte de resíduos recicláveis. “Todos devem estar cientes do seu papel nesse processo e é isso que a gente tem trabalhado”.

Liane Printes ressalta a importância das práticas desenvolvidas na UFSCar que promovem a educação ambiental, tanto nas atividades de graduação e pós-graduação e no cotidiano das pessoas que frequentam os campi da Universidade. A chefe do DeAEA afirma que a aprovação da lei 9.795, de 27 de abril de 1999, que estabelece a política nacional de educação ambiental em todos os níveis de ensino, foi positiva para a ampliação de medidas educacionais de preservação ambiental. No entanto, para Liane, as discussões e práticas de educação ambiental devem estar cada vez mais presentes no cotidiano das pessoas. “Precisamos ter espaços para integrar as pessoas e elas se sentirem parte deste processo. A comunidade precisa estar mais envolvida, participar e se apropriar dessa ideia”.

Segundo Liane, incentivar ações como economia de energia elétrica e recursos hídricos são importantes, mas deve-se fazer mais do que isso. Deve- se trabalhar na perspectiva da Educação Ambiental crítica, ou seja, na formação cidadã, promovendo a reflexão, para que as pessoas possam se integrar em um processo de conhecimento, e a partir desse processo se sensibilizar e refletir sobre suas próprias ações. “A adoção de medidas educativas pode resultar em uma geração mais consciente acerca do seu papel quanto ao meio ambiente. Os projetos realizados pelo DeAEA ampliam o conhecimento acadêmico e permitem que as pessoas desenvolvam um olhar mais crítico acerca da conservação do meio ambiente. O que tenho percebido é que há muitos alunos novos dispostos a fazer sua contribuição e participar dos projetos e isso é bastante incentivador”.

A chefe do DeAEA conta que outras ações têm sido planejadas e ressalta a importância do papel dos projetos de extensão que têm sido desenvolvidos na Universidade. “São uma forma de contribuir para a formação profissional dos estudantes de uma maneira diferente da acadêmica e que vem muito da automotivação. A partir desse processo, os alunos se envolvem e acabam tendo possibilidades que não teriam, como o contato com o público de novas maneiras de se relacionar com a comunidade, de estar aprendendo e ensinando. É muito importante que essas ações sejam sempre continuadas, que tenhamos a possibilidade de estar oferecendo esses projetos e dar esse apoio para que elas continuam acontecendo”, conclui Liane.

Para mais informações sobre as ações promovidas pelo DeAEA ou sugestões de novas ideias, os interessados podem entrar em contato pelo telefone (16) 3306-6462 ou pelo site www.deaea.ufscar.br.