UFSJ – Depel desenvolve dispositivo inédito para prevenir lesões musculares

O Departamento de Engenharia Elétrica da UFSJ desenvolveu um dispositivo de análise simultânea da postura e atividade muscular de atletas. O protótipo é um dispositivo sem fio, que funciona via Wi-Fi com oito sensores acoplados ao corpo do atleta.
De acordo com o professor Márcio Barroso, professor responsável pela pesquisa, o ineditismo do protótipo está em dois campos: ‘‘O primeiro é o sistema funcionar totalmente sem fio, que possibilita seu uso em ambiente aberto, e facilita o trabalho dos profissionais que acompanham os atletas”, afirma.
O outro avanço está em “integrar eletromiografia de superfície e análise postural por meio de sensores inerciais, o que deixa o total do sistema muito mais barato do que os similares por visão computacional’’. A eletromiografia consiste num exame que avalia a função muscular e diagnostica problemas nervosos ou musculares, a partir dos sinais elétricos que os músculos liberam.
Segundo o professor, quando atletas de alto rendimento chegam ao seu limite físico, eles buscam compensar a postura para ganhar mais força em determinados movimentos. No ciclismo, por exemplo: ao subir um morro o atleta começa a puxar a bicicleta enquanto pedala. Esse esforço em que o atleta começa a tender seu corpo para um lado pode ocasionar uma lesão muscular. O sistema desenvolvido pelo Depel possui um software especial e mede o esforço do atleta nos três eixos (vertical, horizontal e paralelo).
Além do desenvolvimento do dispositivo, foram concebidas uma dissertação de mestrado, um pedido de patente e um software registrado junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), além preparação para o protótipo ser utilizado no cursos de Medicina e Educação Física da UFSJ. Esse mecanismo também rendeu dois artigos em revistas internacionais – a Measurement e IEEE Latin América (em publicação).
‘‘O retorno foi muito positivo e pudemos mostrar, assim, que sistemas inerciais de baixo custo podem suprir os requisitos metrológicos, sejam eles da metrologia científica, seja da metrologia industrial, tanto em índices de desempenho, seja em índices de qualidade do produto. Foi muito bom poder dialogar com os melhores da área e sair com um artigo de tamanho impacto”, comenta Márcio Barroso..
O sistema está totalmente finalizado e usual, porém, em decorrência da pandemia de Covid-19, as atividades e parcerias estão paralisadas. A pesquisa foi financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e levou dois anos para ser concluída.