UNILA – Vozes Latinas

Segunda audiência pública abordou o bem-estar e a assistência na UNILA e sua relação com o território

Foi realizada na última quarta-feira (20), na Unidade Jardim Universitário, a audiência pública que debateu o tema “Bem-estar e assistência na UNILA e sua relação com o território”. Como forma de orientar os debates, foram realizadas, previamente, quatro reuniões preparatórias para o evento. Esta foi a segunda de uma série de cinco audiências que estão sendo organizadas pela Universidade. A audiência contou com a participação da comunidade acadêmica e de representantes da Prefeitura de Foz do Iguaçu.

Na abertura, o reitor Gustavo Oliveira Vieira destacou que o objetivo principal das audiências públicas que estão sendo organizadas pela UNILA é criar uma cultura de construção coletiva de soluções para temas importantes que envolvem a Universidade. “Do ponto de vista da gestão, é fundamental esse momento de escuta, e a reciprocidade também”, afirmou Vieira. “Como questões problematizadoras para a construção dessa audiência pública, usamos três eixos: educação, saúde e juventude. A partir daí, mobilizamos tanto os poderes públicos quanto agentes internos da Universidade. Esse é um processo de aprendizado coletivo para identificar questões que nós coletivamente vivenciamos e também somos parte da solução. E não só internamente na UNILA, pois precisamos, necessariamente, construir um novo momento de interação com a comunidade”, completou o reitor.

Na sequência, a pró-reitora de Assuntos Estudantis, Ana Paula Araújo Fonseca, enfatizou algumas ações que foram abordadas na primeira audiência pública e que estão sendo encaminhadas, como a criação do Espaço Ñande Mita Kuera, a composição de um grupo de estudantes que ajudem a pensar a assistência estudantil, a ampliação das rotas de transporte interunidades, entre outras questões.

Em sua fala, Ana Paula de Fernandez, assistente social da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis, abordou o tema da assistência estudantil. “Muitas vezes, a assistência estudantil é vinculada apenas aos auxílios financeiros. Essa é uma questão que precisa ser desconstruída, pois as necessidades dos estudantes não estão vinculadas apenas a necessidades materiais. É necessário construir uma assistência estudantil que seja além da transferência de recursos, desenvolvendo outras estratégias. E, para isso, precisamos fortalecer as equipes técnicas que realizam esse trabalho. Já temos execução de muitos desses serviços aqui na UNILA, mas precisamos ainda avançar em termos institucionais. Acredito que o desafio, hoje, é verificar o que a gente já possui e construir uma política de assistência estudantil diferenciada”, enfatizou.

A estudante do curso de Serviço Social, Ana Raquel de Oliveira Alves, que foi uma das participantes das reuniões preparatórias para a audiência, ressaltou que “a popularização da entrada na universidade ocorrida nos últimos anos ainda não significou que ela tenha se tornado popular, pois é necessária a permanência desses estudantes”.

Já a diretora de Atenção Básica, Lisete de Lima, que representou a Secretaria Municipal de Saúde, fez uma apresentação das atividades realizadas por estudantes dos cursos de Saúde Coletiva e Medicina e da Residência Multiprofissional em Saúde da Família nas unidades de saúde de Foz do Iguaçu. “Desde o início, as comunidades atendidas por essas unidades já sentiram o aumento das ações coletivas de promoção à saúde. Para nós, a UNILA é uma parceria importantíssima, indispensável, que só tem trazido bons resultados”.

Representando a Secretaria Municipal de Assistência Social, Maria José de Souza Saad salientou que as questões de assistência estudantil, permanência e bem-estar vão além dos muros da universidade. “Deve haver integração com o município na área da assistência social, da saúde e da educação. Não é possível ter assistência estudantil sem integrar setores da comunidade”.

Por sua vez, Diane Sebben, nutricionista e chefe do Departamento de Promoção e Vigilância à Saúde (DPVS) da UNILA, fez uma abordagem sobre a saúde e o bem-estar dos servidores da Universidade e destacou as ações de promoção à saúde realizadas pelo DPVS.

Encerrando as falas dos componentes da mesa, Rodrigo Trevisan, psicólogo da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis, listou alguns fatores que influenciam negativamente no bem-estar dos estudantes universitários. Entre eles estão o afastamento da rede de apoio (amigos e familiares), dificuldades financeiras, dificuldades pedagógicas, falta de rotina de exercícios físicos e de cuidados com a saúde e baixa qualidade de sono.

Encaminhamentos

Em seguida, houve abertura para intervenções do público presente no evento. Ao final, foram definidos diversos encaminhamentos a partir dos temas levantados durante a audiência: pensar uma política estudantil que considere as especificidades da UNILA, consolidar políticas de articulação entre a cidade e a Universidade, revisar as grades e horários curriculares visando melhorar o bem-estar dos estudantes nos cursos de graduação, reforçar a Política de Equidade de Gênero na Universidade, entre outros.

Audiências

Além do evento realizado na última quarta-feira, a UNILA promoveu, no dia 20 de agosto, a primeira audiência que debateu o tema da evasão escolar. Os temas das próximas audiências públicas são “Espaços físicos, relação com a cidade, cultura e participação” (17 de outubro); “Comunicação, visibilidade no território, expressão na fronteira” (13 de novembro); e “Nossos números como âncora da manutenção do Projeto UNILA” (7 de dezembro).

Fonte: Ascom UNILA