Universidades comemoram êxito brasileiro e escolha do Rio para sediar Olimpíadas de 2016

A cidade do Rio de Janeiro foi escolhida, na manhã desta sexta-feira (02), para sediar os Jogos Olímpicos de 2016. O anúncio foi feito às 13h50, em Copenhaguen, pelo presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI) Jacques Rogge, depois de concluída a votação entre as finalistas Rio de Janeiro, Tóquio, Chicago e Madrid.

O Rio de Janeiro será a primeira sede dos Jogos Olímpicos na América do Sul. A comitiva brasileira, formada pelo presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Banco Central Henrique Meireles, governador do estado Sérgio Cabral, prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes, Pelé e atletas de diversas modalidades, defendeu a candidatura em quatro idiomas (inglês, francês, espanhol e português).

O Brasil já tinha pleiteado a sede das Olimpíadas com um projeto de Brasília para o evento de 2000 e duas candidaturas do próprio Rio de Janeiro, em 2004 e 2012. O projeto Rio 2016 foi reforçado pela campanha do presidente Lula, a influência do ex-presidente da Fifa João Havelange, o peso de atletas como Pelé e o empenho do Comitê Olímpico brasileiro. A candidatura emplacou e desbancou rivais como a européia Madrid e a americana Chicago, que tinha como cabo eleitoral o presidente Barack Obama. O placar final foi de 66 votos para o Rio contra 32 favoráveis a Madrid.

A escolha do Rio de Janeiro como cidade sede demonstra o reconhecimento mundial de que o Brasil pode acolher eventos como os Jogos Olímpicos. A Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior reforça que as Instituições Federais de Ensino Superior estarão à disposição do governo e do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) para auxiliar a organização dos Jogos.

O reitor da Universidade Federal Fluminense (UFF) Roberto Salles afirmou que a escolha foi “maravilhosa”, porque sediar as Olimpíadas significa comprometimento dos governos federal e estadual. “Precisaremos de investimento em transporte, infra-estrutura, saúde e meio ambiente e vão precisar da ajuda das universidades”. Para o reitor, áreas como Turismo, Educação Física, Letras e Engenharia sofrerão impacto direto com a realização dos Jogos Olímpicos. “A UFF já é parceira e acredito que as outras universidades também serão”, ressaltou Roberto Salles.

A reitora da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) Malvina Tuttman afirmou que a universidade estará “a postos” para ajudar, desde o planejamento até o desenvolvimento dos Jogos Olímpicos. Segundo a reitora, a Unirio poderá colaborar com a parte cultural, por meio de cursos como Museologia e Turismo, e no recebimento das pessoas no Rio de Janeiro. “Vamos ter que mais uma vez nos unir com o governo estadual e municipal para participar. Tenho certeza que será um aprendizado significativo”, comemorou a reitora da Unirio.

O projeto brasileiro para as Olimpíadas de 2016 é estimado em R$ 25,9 bilhões e os gastos serão divididos entre os governos federal, estadual e municipal e a iniciativa privada. A 1ª vice-presidente da Andifes, reitora Ana Dayse Dorea (Ufal) afirmou que "trata-se de uma conquista imensurável para todo o país e para todo o povo brasileiro, assegurada por meio de um projeto consistente, de um charme inerente à nossa gente e do mérito de sermos competentes, responsáveis e aptos o bastante para organizar eventos de qualquer que seja o porte". Para a reitora, ao ser escolhido como sede dos Jogos Olímpicos, o Brasil confirma a tendência, que já é realidade, em se consolidar como um país de lugar grandioso e incontestável no cenário internacional. "Tenho certeza que os Jogos farão do Rio a vitrine de um novo Brasil, que se esforça e que se desenvolve a olhos vistos. Tenho confiança de que os investimentos em infra-estrutura se converterão em investimentos sociais, impulsionando o desenvolvimento do Rio de Janeiro e também do Brasil", comemorou a reitora.

Experiências
A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), por exemplo, já terá uma experiência com eventos esportivos em 2016. A instituição oferecerá cursos de capacitação para as pessoas, inclusive voluntários de todo o país, que irão trabalhar na organização e realização da Copa do Mundo de 2014, também com sede no Brasil. Em parceria com o Instituto João Havelange e o Instituto de Educação e Desenvolvimento (IEDS-Digital), a universidade capacitará, por meio do Núcleo de Educação a Distância (Nead), 250 mil pessoas em todo o país em áreas como hotelaria, turismo, saúde, comunicação e segurança.

O reitor Henrique Duque destacou a importância da participação na Copa de 2014 e mostrou a disposição da UFJF em participar também das Olimpíadas: “Eventos desse tamanho nos deixam muito otimistas dentro das universidades, porque para nós, além de saúde, esporte também significa educação, pesquisa e extensão”, declarou. O reitor acredita que a universidade poderá aproveitar a expertise da Copa de 2014 nas Olimpíadas de 2016. “Acredito que a competência nós já teremos. Para nós é motivo de muita alegria e satisfação participar”, comemorou o reitor da UFJF.