USP escolhe hoje finalistas para o cargo de reitor

Quatro chapas estão inscritas. As três mais votadas formarão a lista a ser enviada ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), a quem caberá a decisão final.

Cerca de 2.000 pessoas estão aptas a votar hoje. Elas participam de comissões representativas da universidade. Mais de 80% são professores. Os demais são estudantes e funcionários.

Em consulta aberta à universidade no dia 10, o candidato Zago foi o mais votado (inclusive entre os docentes). Em seguida ficaram Messias, Cruz e Cardoso. O resultado, porém, serve apenas de indicação ao colégio eleitoral.

Crítico mais incisivo à gestão atual, Cardoso decidiu se aliar a Zago e pede que seus eleitores votem também no concorrente (cada eleitor pode citar até três chapas).

APOIO

Nesta semana, o atual reitor, João Grandino Rodas, oficializou apoio a Messias, o que quebrou uma tradição na universidade. Até então, os reitores costumavam apoiar apenas informalmente um dos candidatos.

Em eleições anteriores, o apoio do reitor (mesmo informal) sempre foi considerado decisivo, por aspectos como a sua influência em diversos cargos da instituição.

O processo deste ano, porém, foi alterado, e os candidatos afirmam ser difícil definir o quão importante será esse apoio, pois mais pessoas participarão da votação.

NOVO FORMATO

Antes da eleição deste ano, o processo contava com dois turnos. Um com cerca de 2.000 votantes, e outro, o definitivo, com pouco mais de 300. A universidade tem cerca de 100 mil membros.

O movimento estudantil reclamava de falta de participação no processo -eles queriam que todos os alunos, professores e funcionários pudessem votar.

Os dirigentes da USP decidiram, então, eliminar o segundo turno e deixar que um colégio eleitoral maior definisse a lista tríplice.

A mudança não foi suficiente para agradar o movimento, que invadiu a reitoria em protesto.

A ação, que durou 42 dias, causou um prejuízo de R$ 2,4 milhões, segundo estimativa da universidade, por danos às instalações.

Mesmo após a manifestação, o sistema sugerido pelos estudantes não foi aceito.

HISTÓRICO

Tradicionalmente, o candidato mais votado na eleição interna é o escolhido pelo governador.

No entanto, na última disputa, em 2009, o então governador, José Serra (PSDB), preferiu o segundo colocado (João Grandino Rodas).

O reitor tem mandato de quatro anos e não pode concorrer à reeleição.

 

 

Folha de São Paulo

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