39 universidades entraram no sistema que usa nota do exame como critério único para admissão de candidato. Com o aumento de instituições, número de vagas disponíveis deve subir de 47 mil para 83 mil, afirma MEC
O sistema unificado do Ministério da Educação que utiliza o Enem para seleção de calouros cresceu neste ano: foi de 24 universidades federais para 39, aponta o MEC. Aplicado pela primeira vez em 2009, o Sisu (Sistema de Seleção Unificada) tenta acabar com o vestibular -a escola coloca suas vagas no sistema e o aluno disputa o lugar com base na nota do Enem, que será no fim de semana. Responsável pelo programa, o ministério estima que o número de postos no Sisu suba de 47 mil para 83 mil. Uma das instituições que entraram no sistema neste ano foi a UFSCar (federal de São Carlos). Já a Unifesp (federal de SP) aumentou as vagas disponíveis no sistema, mas continuará fazendo prova adicional para cursos concorridos, como medicina. Segundo o MEC, uma das vantagens do Sisu é evitar que o candidato tenha de fazer diversas provas. As inscrições devem começar na segunda quinzena de janeiro. De acordo com o secretário-executivo da Andifes (que representa os reitores das federais), Gustavo Balduíno, as universidades ganham financeiramente ao entrar no Sisu. “Economiza-se com processo seletivo e ganha-se mais verbas de assistência estudantil do MEC.”
No longo prazo, porém, Balduíno afirma que poderá haver resultados negativos. “Pode ser que os cursos mais concorridos tenham cada vez mais alunos bem preparados, enquanto que os menos concorridos não. Aumentaria a desigualdade.” Também os 38 institutos federais (antigas Cefets) aderiram ao Enem. Na UFSCar, 2.553 vagas serão destinadas ao sistema. Segundo o responsável pela Coordenadoria do Vestibular, Wagner Souza dos Santos, usar o Sisu como forma única de ingresso visa facilitar o acesso à universidade. Há ainda, diz, vantagem financeira ao vestibulando. Com vestibular próprio, a inscrição custava R$ 100 e parte dos alunos tinha de se deslocar a uma das 12 cidades onde havia prova.