Instituição do Norte quer foco em iniciativas de empreendedorismo e inovação. Intenção é estender projeto de Tecido Emborrachado da Amazônia para outras comunidades
A reitora da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), Raimunda Monteiro, defendeu a ampliação da parceria com a Universidade de Brasília (UnB), durante reunião, na semana passada, com pesquisadores do Laboratório de Tecnologia Química, do Instituto de Química (IQ/UnB), e o ministro da Embaixada da Suíça, Jean-Pierre Reymond.
Coordenada pelo professor do IQ Floriano Pastore Júnior, a equipe de pesquisadores está em Santarém (PA) para apresentar uma nova técnica de emborrachar tecidos, chamada TEA (Tecido Emborrachado da Amazônia). Nesse projeto, a instituição paraense contribuiu com o manejo das seringueiras.
À frente da Ufopa desde janeiro, Raimunda agradeceu aos pesquisadores da UnB, que há dez anos desenvolvem atividades na região, e propôs novas ações de cooperação no campo do empreendedorismo e da inovação, inclusive com a expansão do TEA para outras comunidades.
“Queremos reforçar a parceria com a UnB, podemos atuar com o TEA e demais derivados da seringa, além de outros produtos da biodiversidade. Nosso objetivo é tornar essa tecnologia de fácil apropriação pelas comunidades da Amazônia que ainda têm seringais”, disse.
Raimunda Monteiro informou que, no último levantamento do governo do Pará sobre seringais, foram identificadas cerca de 1 milhão de árvores de seringa apenas no Tapajós. “É um potencial subutilizado. Além da borracha, há pesquisas avançadas sobre o uso da madeira”, afirmou.
“Sei do empenho dos professores da UnB para criar novas tecnologias úteis à Amazônia. Nosso desafio agora é discutir projetos, que possam ter escala e trazer empreendedorismo, envolver estudantes e setores empresariais. Tenho pressa, porque estamos há muitos anos buscando alternativas”, concluiu.
APOIO INTERNACIONAL – O representante da Embaixada da Suíça anunciou que o país tem interesse de financiar estudos de inovação no Brasil. “Apoiamos diversos projetos divididos em três eixos: meio ambiente, direitos humanos e desenvolvimento da sociedade civil. São iniciativas com recursos limitados, mas estamos à disposição, por intermédio do governo suíço, para contribuir com novas pesquisas.”
Jean-Pierre lembrou que, desde o ano passado, há uma parceria com o governo brasileiro. “Em 2013, o governo suíço inaugurou um escritório dedicado apenas ao desenvolvimento da parceria cientifica com o Brasil, o Swissnex Brazil. Serão 5 milhões de francos suíços, o equivalente a R$ 20 milhões, para os próximos cinco anos”, garantiu.
Helen Lopes – Da Secretaria de Comunicação da UnB
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