Cerca de 50 alunos exigem uma reunião com o ministro Aloizio Mercadante para solucionar a crise por que passa a instituição no Rio

RIO – Cerca de 50 alunos da Universidade Gama Filho (UGF) ocuparam na manhã desta terça-feira (07) o prédio do Ministério da Educação (MEC) em Brasília. A mobilização aconteceu de forma pacífica, e o clima é tranquilo no local.

O grupo exige uma reunião com o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, para negociar uma saída para a crise da universidade. Os estudantes garantem que não sairão do prédio enquanto isso não ocorrer. De acordo com a aluna de Medicina Ana Flávia Hissa, os manifestantes pedem que o MEC intervenha diretamente na UGF. A instiuição carioca, mantida pelo grupo Galileo Educacional, está afundada numa crise financeira, com professores e funcionários em greve devido a falta de salários e instalações deterioradas.

– Ocupamos de forma completamente pacífica. Só estamos aqui pedindo nosso direito. Queremos que o MEC nomeie um interventor ou então federalize a universidade – explica Ana Flávia.

Segundo ela, outros estudantes ainda devem chegar a Brasília de ônibus ou de avião. Já no Rio, alunos e professores da instituição farão uma passeata no final da tarde desta terça-feira na Avenida Rio Branco, no Centro.

Em resposta a O GLOBO, o MEC informou que Mercadante não vai se encontrar com o grupo. Para negociar com os manifestantes, será enviado um representante da Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (Seres).

Especialistas no setor argumentam que apenas com a aprovação no Congresso Nacional do projeto de lei que cria o Instituto Nacional de Supervisão e Avaliação da Educação Superior (Insaes) o MEC teria poder de intervenção direta em grupos financeiros mantenedores de instituições de ensino privadas. Nesta segunda-feira, durante coletiva de imprensa, Mercadante cobrou agilidade dos parlamentares.

– A aprovação do Insaes é fundamental para nós, porque só com ele nós poderíamos atuar previamente e se antecipar aos acontecimentos – afirmou Mercadante.

Nos últimos dias de 2013, cresceram as expectativas de que o MEC descredencie a UGF. Em dezembro, o MEC suspendeu pela segunda vez em seis meses os vestibulares tanto da Gama Filho quanto da UniverCidade, ambas mantidas pela Galileo Educacional. Ao mesmo tempo, instalações do campus de Piedade, na Zona Norte do Rio, foram saqueadas por bandidos que aproveitaram o espaço vazio e sem segurança para atuar livremente. Computadores do laboratório e produtos de lojas no local foram levados pelos ladrões.

O grupo Galileo Educacional, mantenedor da UGF, informou a O GLOBO que ainda não há previsão para o pagamento de salários atrasados de professores e funcionários, que estão sem receber deste setembro do ano passado. No entanto, alunos garantem que as mensalidades continuam sendo cobradas, apesar das condições precárias da instituição.

– Pago R$ 4 mil todo o mês e não tenho aula – disse Ana Flávia, uma das ocupantes do MEC.

Leonardo Vieira – O Globo