Ufal sedia Seminário sobre Base Nacional Comum Curricular

Documento final vai se tornar lei para aplicar nas escolas

A Pró-reitoria de Graduação (Prograd) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) realizou a apresentação da proposta sobre a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). O evento aconteceu na última segunda-feira (14), no auditório da Reitoria, localizado no Campus A.C. Simões.

O objetivo do encontro foi discutir e avaliar o texto preliminar, de forma coletiva, e sistematizar as contribuições da escola para a formação da BNCC. A estrutura do documento preliminar apresenta os componentes de cada área de conhecimento e cada etapa da educação básica, além dos objetivos de aprendizagem relacionados a esses componentes. Dessa forma, organizam os conteúdos que serão ensinados e o que é desejado que os alunos aprendam em sala de aula. A bancada de discussão foi formada pelos docentes: Zilma de Oliveira, Roseane Amorim, Ana Maria e Ciro Bezerra.

Depois da entrega das propostas, de acordo com o Ministério da Educação (MEC), uma segunda versão do documento deverá ser concluída até o dia 15 de abril. A discussão durante todo o processo foi fundamental para a organização do modelo futuro de educação do País, pois, o que for definido como base se tornará lei e será aplicado. “Cada estado fará sua adequação, desde que não vá de encontro com as diretrizes curriculares nacionais. Temos que pensar numa escola que garanta o direito de aprendizado ao estudante”, destacou a professora Zilma.

A Base visa garantir o desenvolvimento dos estudantes ao longo da Educação Básica, compreendida pela Educação Infantil, Ensino Fundamental, anos iniciais e finais, e Ensino Médio, assegurando aos sujeitos parte de seu direito à educação. A contribuição para o Ensino Fundamental, que introduz uma série de processos que são a base da escolaridade, está entre as maiores. “Há seis objetivos no direito de aprendizagem que incluem conviver, brincar, explorar, participar, expressar e conhecer-se. Brincar é importante para o desenvolvimento da pessoa e de suas habilidades”, concluiu Zilma.

A crítica sobre a situação precária em que os docentes se encontram no cenário de educação atual também teve espaço na discussão. “Há coisas mais importantes do que a base curricular para pensarmos nesse momento, pois, se continuarmos nesse caminho não teremos uma Base Nacional Comum de qualidade. O professor é uma pessoa e como pessoa deve ter uma participação decisiva na política de aprendizado. Não há como cuidar do outro, se os nossos professores não recebem apoio, não são valorizados”, desabafou a professora Roseane.

A autonomia do docente no processo de educação foi questionada em um discurso fervoroso proferido pelo professor Ciro. “A Base é o fundamento do currículo, ela quer nos convencer que não é política, mas, precisamos desmascarar isso. Estamos perdendo um momento histórico de colocar o professor como sujeito. Há muito tempo o professor é colocado apenas como objeto de políticas públicas”, finalizou.

As áreas e componentes curriculares serão articulados para promover a apropriação por crianças, jovens e adultos de diferentes linguagens, onde serão capacitados a reconhecer e interpretar fenômenos e processos naturais, sociais e culturais, para enfrentar problemas práticos, para argumentar e tomar decisões, individual e coletivamente.

David Cardoso – Universidade Federal de Alagoas