UFF – Único laboratório do país certificado pelo Inmetro para teste da lâmpada LED 

O governo brasileiro anunciou, em 2011, a gradual proibição das lâmpadas do tipo incandescente, aquelas amarelas. Há seis anos atrás, a implantação de uma nova tecnologia já estava programada. Para isso, o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), buscou a participação de laboratórios terceirizados na fiscalização dos produtos. Este é o caso do Laboratório de Luminotécnica da UFF – Lablux.

De acordo com a Lei de Eficiência Energética, todos os equipamentos eletrônicos vendidos no Brasil devem ter um selo que identifica sua real funcionalidade. O Inmetro é responsável por conceder este selo, mas não diretamente. Diversos laboratórios espalhados pelo país realizam, com a devida autorização, a etiquetagem dos produtos.

Iniciamos com 400 pontos de luminárias e fomos fazendo a etiquetagem de lâmpadas. Hoje temos 8000”, ressalta o professor Geraldo Tavares, coordenador do laboratório.

Em função da proibição das lâmpadas incandescentes, outro tipo de lâmpada teve de aparecer. Surgiu a que usamos atualmente, e que já está predestinada a desaparecer. A lâmpada fluorescente compacta, que contém metais pesados, dará lugar a de LED, dez vezes mais eficiente e duradoura.

Na época, a falta de laboratórios especializados em lâmpadas fez com que a Eletrobrás abrisse um edital, dando a oportunidade ao LabLux. “Nós montamos o laboratório e começamos a funcionar em 2005. Iniciamos com 400 pontos de luminárias e fomos fazendo a etiquetagem de lâmpadas. Hoje temos 8000”, ressalta o professor Geraldo Tavares, coordenador do laboratório.

Hoje, o Laboratório de Luminotécnica é o primeiro e único creditado no Brasil para etiquetagem da lâmpada LED. Para que os fornecedores consigam o selo, deve ser feito um teste de acordo com as regras estabelecidas pelo instituto. “As empresas comerciantes compram o produto em outros países, e mandam essa amostra para testarmos. Com isso, fazemos a avaliação de todos os critérios, e mandamos o resultado para o Inmetro. Assim, com a presença do selo, o empresário pode importar a quantidade que desejar”, explica Tavares.

No teste, a equipe procura ver se todos os parâmetros requeridos pelo regulamento estão de acordo. Avaliam as lâmpadas seguindo os seguintes critérios exigidos pelo Inmetro: eficiência energética, segurança elétrica, ensaio de capacitor e de EMC (eletromagnetic interference, interferência eletromagnética).

Pelo fato de ser um laboratório autofinanciável, devido os serviços prestados ao mercado, o LabLux também desempenha a função de escola. A cada ano, cerca de 15 estagiários são contratados. São alunos do curso de engenharia elétrica que, além de realizarem os testes, também atuam na área de pesquisa. O objetivo do Laboratório é promover a cooperação científica com instituições nacionais e internacionais, ajudando na formação dos profissionais, e colaborando no consumo responsável de energia.

O estudante Rodrigo Cavalcanti, integrante do projeto, conta um pouco sobre a sua participação no laboratório: “Eu diria que isso aqui é mais do que um estágio pois é uma experiência que une o que a engenharia pode oferecer de organização de empresa, relação pessoal e um lado mais corporativo. Além disso, o LabLux nos oferece cursos de capacitação frequentemente e o que fazemos aqui também é um paralelo à faculdade. Grande parte dos equipamentos que temos são desenvolvidos por nós mesmos. Eu encaro o laboratório como se fosse uma outra formação que eu venho ganhando”.

Atualmente, o laboratório está funcionando a todo vapor. Com maior volume de trabalho, aumenta também a responsabilidade, como endossa Adriano Pinheiros, gerente técnico do LabLux. “Um laudo nosso pode fazer um navio voltar. Já aconteceu várias vezes. O que nós descartamos não pode mais ser importado, é um trabalho seríssimo. Por isso que aqui dentro tudo é muito bem controlado”.

O laboratório funciona no Bloco D, do Campus da Praia Vermelha, em São Domingos, Niterói. A página no site da UFF é http://www.uff.br/lablux/.

Jornalismo – Universidade Federal de Fluminense