UFLA – Pesquisa realizada propõe o uso da lactase na fabricação de embalagens reutilizáveis

A incapacidade de digerir o açúcar de leite e derivados, conhecido como lactose, é um problema que atinge milhares de pessoas; por isso, as indústrias de produtos lácteos têm investido na fabricação de produtos sem lactose. O problema também pode ser resolvido com a enzima lactase, responsável pela quebra da lactose, que é geralmente encontrada na forma de comprimidos, em gotas ou em pó.

Por isso, uma pesquisa desenvolvida no Departamento de Ciência dos Alimentos da Universidade Federal de Lavras (DCA/UFLA), com apoio da  Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais – Fapemig, propõe uma embalagem reutilizável fabricada a partir de um filme de quitosana, com adição da enzima lactase imobilizada e nanopartículas de quitosana. “O fato de esse filme conter essa lactase imobilizada apresenta grande vantagem para que ela seja reutilizada e, com isso, acabe gerando uma economia. As nanopartículas de quitosana, por sua vez, possuem função antimicrobiana, o que é importante, já que o leite é algo altamente deteriorável”, expFOTO materialica a doutoranda Ana Cristina Moreira Andrade Araújo.

O objetivo da pesquisa é que esse filme faça parte de uma embalagem rígida, como um copo por exemplo. Colocando o produto lácteo nessa embalagem, ela seria capaz de quebrar a lactose.

O QUE É QUITOSANA?

A quitina é uma substância obtida da carapaça de crustáceos, como os camarões. Por meio de reações químicas, é obtida a quitosana, conhecida por formar filmes translúcidos; porém, suas propriedades restritas limitam seu uso como material para aplicação em embalagens de alimentos. Por isso, as pesquisas utilizam a substância juntamente com outros polímeros para a formação de blendas (misturas) poliméricas biodegradáveis.  Outra substância que tem sido usada no laboratório é o isolado proteico de soro de leite, conhecido pela sigla IPS, que também forma embalagens flexíveis que podem ser aplicadas em alimentos.