UFMA – Ministra de Igualdade Racial deu início à Licenciatura em Estudos Africanos

A aula inaugural do curso de Licenciatura Interdisciplinar em Estudos Africanos e Afro-Brasileiros ocorreu no Auditório Central da UFMA, na presença do reitor Natalino Salgado, alunos, professores e autoridades estatais e municipais

SÃO LUÍS – A ministra da Secretaria de Políticas de Promoção e Igualdade Racial, Nilma Lino Gomes, ministrou, na última terça-feira, 5, a aula inaugural do curso de Licenciatura Interdisciplinar em Estudos Africanos e Afro-Brasileiros, que aconteceu no Auditório Central da Cidade Universitária, na presença do reitor Natalino Salgado, alunos, professores e autoridades estatais e municipais.
Antes da aula inaugural a ministra foi recebida pelo reitor no seu gabinete e elogiou a UFMA pela iniciativa pioneira no Brasil, sendo a primeira universidade a instituir o curso de Licenciatura Interdisciplinar em Estudos Africanos e Afro-Brasileiros. “A UFMA está de parabéns, assim como a coordenação desse curso. Espero que outras universidades sigam o mesmo exemplo na criação de cursos que estudem a história e cultura africana e afro-brasileira”, realçou a ministra.

Na solenidade de abertura do evento principal, o reitor da UFMA, Natalino Salgado, reafirmou o seu compromisso de não medir esforços para apoiar o desenvolvimento da licenciatura. “Estamos de braços abertos para continuar a colaborar para o crescimento e consolidação do curso”, afirmou.
A coordenadora do curso, Kátia Regis, agradeceu o apoio do reitor e destacou o empenho dele para a implantação e concretização do curso. Disse também que o momento é importante para a UFMA e para os pesquisadores dos Estudos Africanos e Afro-Brasileiros e, principalmente, para sociedade. Ela espera que mais universidades do país também sigam o mesmo caminho. “Esperamos que esta iniciativa pioneira inspire outras universidades brasileiras a implantarem cursos semelhantes com estudos africanos e afro-brasileiros”, disse.

Ao iniciar sua aula, a ministra da Secretaria de Políticas de Promoção e Igualdade Racial, Nilma Lino Gomes, disse que não há como começar a discussão sem antes fazer um desdobramento do próprio nome que o curso recebeu – Licenciatura Interdisciplinar em Estudos Africanos e Afro-Brasileiros.
Para a ministra o nome Licenciatura Interdisciplinar já mostra que o curso é de formação de professores que vão atuar na rede de ensino básico. “Estudos Africanos e Afro-Brasileiros é um curso que passa a ocupar o lugar na história brasileira pelas lutas dos movimentos negros, por isso, os próprios estudantes terão uma responsabilidade enorme, porque serão eles os professores dos nossos filhos no ensino básico”, exaltou a ministra.

Nilma Lino Gomes acredita que a Lei 10.639, que torna obrigatório o ensino de História e Cultura Africana e Afro-Brasileira, é um processo de concretização de anúncios e denúncias feitas por movimentos negros. “Os movimentos negros estão intervindo nas três estruturas da sociedade brasileira – estruturas do poder, do trabalho e do conhecimento”, afirmou.

Para a ministra esta é uma iniciativa que também visa superar as desigualdades raciais no Brasil, em que “a expectativa é que essa licenciatura transforme a visão dos estudantes sobre o continente africano”, como declarou. A ministra também espera que essa licenciatura forme outro perfil dos docentes sobre a cultura africana e afro-brasileira, que aprimore seus perfis de educadores e educadoras, e que quebrem os estereótipos sobre o continente africano.

Nilma Gomes lembrou que existem vários tipos de conhecimentos além do científico, como por exemplo, o conhecimento tradicional, que é muito importante e deve ser mais ressaltado, em sua visão. No final da aula, a ministra sugeriu que o nome do curso seja Licenciatura Interdisciplinar em Estudos Africanos e Afro-Brasileiros dos Emergentes, porque segundo ela “esse curso fará emergir as histórias e sujeitos dos conhecimentos tradicionais africanos e afro-brasileiros”, concluiu.

Estiveram presentes na solenidade o coordenador do núcleo de Estudos Afro-Brasileiros, Carlos Benedito Rodrigues da Silva; a coordenadora do Curso de Licenciatura em Estudos Africanos e Afro-Brasileiros, Kátia Regis; a diretora do Centro de Ciência Biológicas e da Saúde, Nair Portela Silva Coutinho; a pró-reitora de Ensino, Isabel Ibarra Cabrera; o secretário municipal de Educação, Geraldo Castro, representando o prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Junior; e o secretário de estado de Igualdade Racial, Gerson Pinheiro, representando o Governador do Estado do Maranhão, Flávio Dino.

Ascom UFMA