UFMG – Vida depois da lama: projeto recompõe mata atingida pelos rejeitos de Fundão

 

Espécies nativas foram replantadas em Paracatu de Baixo depois de adotadas medidas de remediação do solo contaminado

cinco anos, em 5 de novembro de 2015, ocorreu o então maior desastre ambiental do Brasil, decorrente do rompimento da barragem de rejeitos Fundão, da Samarco, em Mariana. A avalanche de rejeitos causou a morte de 19 pessoas. Os sedimentos atingiram as matas ciliares da região, comprometendo a vida animal e vegetal, inclusive em Paracatu de Baixo, subdistrito de Mariana. Por meio de trabalho desenvolvido por pesquisadores da UFMG, a lama, gradativamente, vem dando lugar à vegetação, melhorando o solo e tornando-o propício para o plantio.

 

Segundo a professora Maria Rita Scotti Muzzi, do Departamento de Botânica do Instituto de Ciências Biológicas, o trabalho envolve o diagnóstico do solo, sua remediação e a recuperação das áreas atingidas. Um total de 0,15 hectare (1,5 mil metros quadrados) de floresta já foi reabilitado, com replantio de espécies nativas que não suportavam o nível de toxidade encontrado após o rompimento da barragem, em função da presença de éter-amina e sódio. A floresta em Paracatu de Baixo mostra que é possível reconstituir a fertilidade do solo, restaurar e recuperar a mata e a área agrícola.

Entrevistados: Maria Rita Muzzi, professora do Departamento de Botânica do ICB, Alessandra Rondina, auxiliar de Laboratório de Recuperação de Áreas Degradadas do ICB, Maria Aparecida da Silva (dona de casa) e Flávio Carneiro (agricultor)

Equipe: Diogo Diniz (produção e reportagem), Samuel do Vale (imagens), Marcia Botelho (edição de imagens) e Jessika Viveiros (edição de conteúdo)

Agradecimentos: Edson Moreira (Escola de Veterinária da UFMG) e Júlia Calasans