Unifesp pede ajuda para evitar “colapso”

Entidade quer contratar mais servidores para não prejudicar a qualidade de ensino

DE SÃO PAULO
A Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) divulgou ontem uma moção em que pede ao governo federal a contratação de servidores “para evitar o colapso das atividades da universidade”.
O Ministério da Educação informou que aguarda o recebimento do texto e deverá marcar uma reunião com o reitor da instituição para avaliar as reivindicações. A moção foi aprovada pelo Conselho Universitário, instância principal da escola.
Segundo os dados da Unifesp, desde 2005, o número de estudantes da graduação subiu de 1.300 para 8.000 (aumento de 515%). Já a quantidade de técnicos administrativos em educação recuou de 4.092 para 3.974 (diminuição de 3%).
Esses profissionais operam equipamentos nos laboratórios, auxiliam professores em aulas práticas, entre outras atividades.
O conselho se mostra “preocupado com a manutenção da qualidade do ensino, da produção científica, da assistência à saúde, dos projetos de extensão e da eficiência da gestão”.
“O curso de terapia ocupacional em Santos, por exemplo, não tem nenhum técnico de ensino”, afirmou a a presidente da associação dos docentes da Unifesp, Virgínia Junqueira. “Esses profissionais são fundamentais para acompanhar os alunos. Até porque faltam professores.”
O secretário executivo da Andifes (representante dos reitores das universidades federais), Gustavo Balduino, afirmou que a falta de técnicos é generalizada nas instituições federais. “Hoje, é o nosso principal problema.”
Balduino estima que seja necessário aumentar em ao menos 10% o quadro desses profissionais nas universidades federais do país.
Segundo o dirigente da Andifes, o então governo Lula previu contratação de servidores para suprir a expansão da rede a partir 2007, mas não considerou que as instituições já possuíam deficit de técnicos. A situação, afirma, persiste na gestão Dilma.