Na segunda audiência pública sobre a instalação da Unifesp na Zona Leste, reitora cobra agilidade e comprometimento das administrações municipal e federal

Estabelecidos os mecanismos de diálogos com as partes interessadas na construção do Campus Zona Leste da Unifesp, representantes do poder público anunciaram as primeiras medidas para que a ocupação do terreno em Itaquera seja realizado pela universidade. Os compromissos foram apresentados durante a segunda audiência pública sobre o tema, realizada em 17 de abril na Câmara Municipal de São Paulo.

O secretário do Verde e Meio Ambiente do município de São Paulo, Ricardo Teixeira, garantiu que o laudo técnico que libera a cessão definitiva do terreno para a Unifesp fique pronto num prazo de 45 dias. “Sabemos que ali existia uma indústria, portanto, é preciso verificar o solo. Os estudos já começaram e em 45 dias, até o final de julho, os trabalhos devem ser concluídos”, afirmou Teixeira.

Já a secretária adjunta municipal de Educação, Joane Vilela, disse que a prefeitura tem um compromisso prioritário – e pessoal, do prefeito Fernando Haddad -, para a construção do campus. Joane disse que a administração do município vai financiar ou negociar recursos com o Ministério da Educação (MEC) para que seja feita a reforma de um dos galpões existentes no terreno, possibilitando que a Unifesp instale ainda este ano os projetos de extensão que já oferece na região, como a Escola de Cidadania, o Observatório de Políticas Públicas e a Universidade Aberta da Terceira Idade. A aplicação dos recursos só poderá ser realizada, porém, após a liberação do laudo técnico.

Por sua vez, a reitora Soraya Smaili fez coro à voz dos moradores da Zona Leste presentes na audiência, pedindo agilidade e comprometimento por parte do poder público. Soraya propôs o desenvolvimento de um documento assinado pelas partes interessadas (sociedade civil, universidade e frente parlamentar) para que sejam estabelecidas responsabilidades, metas e um cronograma de trabalho, na medida do possível.

“Nossa equipe está se adiantando, fazendo estudos sobre a região e visitas ao local. Estamos prontos para nos instalar [com projetos de extensão em um dos galpões]. Mas embora haja expectativa e pensemos nas datas, não depende só de nós, queremos agilizar”, afirmou a reitora, que no evento fez uma apresentação dos trabalhos realizados pela equipe da Unifesp, com mapeamento de cursos superiores existentes na Zona Leste, mapeamento das linhas de transporte público que irrigam a região, os equipamentos públicos próximos ao terreno, entre outras informações estratégicas.

Entre as demandas levantadas por Soraya, está a abertura de concurso pelo MEC para a contratação de servidores técnico-administrativos em educação e professores que possam trabalhar na implantação do campus. Diante disso, o representante do MEC, Antônio Simões, disse que os recursos financeiros não são o problema, “o que complica um pouco o processo é a obtenção dos recursos humanos”, afirmou.

Representantes dos movimentos sociais e moradores da região aproveitaram a oportunidade para apresentar suas preferências por cursos a serem instalados no Campus Zona Leste. Padre Ticão listou cursos de engenharias, arquitetura, medicina e artes; Luís França, do movimento Nossa Zona Leste, insistiu na necessidade de um curso de direito.

Também estavam presentes a secretária de Planejamento do município de São Paulo, Leda Paulani, além dos vereadores Floriano Pezolo, Juliana Cardoso, Jean Madeira, Masataka Ota, Mazé Favarão e Paulo Reis, que conduziu os trabalhos. Mesmo tendo sido convidados pela segunda vez para uma audiência pública sobre a criação do Campus Zona Leste da Unifesp, o ministro Aloizio Mercadante e o prefeito Fernando Haddad não compareceram.

Outras audiência públicas para debater a instalação do Campus Zona Leste da Unifesp devem ser convocadas. A terceira deverá o correr no segundo semestre deste ano, em auditório da própria universidade.

Ascom Unifesp