No cumprimento do seu papel educacional no âmbito da responsabilidade socioambiental, a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) lança o Programa Cidadania para Melhoria da Relação Homem-Animal de Estimação em Centros Urbanos. O programa consiste em diversas ações educativas de enfrentamento aos problemas que envolvem os animais, como os riscos para a saúde pública, o abandono e os maus tratos contra cães e gatos na Região Metropolitana do Recife.

A primeira ação do programa é o lançamento da Campanha contra a Permanência de fezes de animais em vias públicas, que mobilizará crianças e adultos, neste sábado (8/02), entre as 8h e as 16h, na Praça Souto Filho, também conhecida como Praça dos Cachorros e situada em frente à entrada principal do Parque da Jaqueira. A proposta é envolver as pessoas fazendo com que elas se tornem multiplicadoras e agentes sociais. O projeto, elaborado por docentes do Departamento de Morfologia e Fisiologia Animal (DMFA), tem apoio de várias empresas privadas (Royal Canin, Hospital Veterinário Harmonia, Hills e Bayer) e instituições públicas (CRMV, Anclivepa-PE e Emlurb), entre outros. Entre os slogans que vão ilustrar o material de divulgação da campanha, estão: “Calçada não precisa de adubo; recolha as fezes do seu cão”, “Recolha as fezes do seu cão e garanta a saúde da população” e “O bom cidadão recolhe as fezes do seu cão”.

Durante a as ações da campanha, os alunos e professores da UFRPE – sob a coordenação dos docentes Marcelo Teixeira e Anísio Soares – vão distribuir saquinhos e luvas biodegradáveis, além de materiais informativos e vermífugos. Na programação inicial, está prevista, nos próximos dias, mobilização durante o Carnaval, quando desfila o bloco fundado por médicos veterinários Me Dê seu Bichinho que eu Cuido, e um passeio ciclístico que culminará com intervenção no Marco Zero. Outros bairros e praças serão palco para as atividades da campanha, que também abordará a necessidade da criação de lixeiras adequadas ao descarte das fezes dos pets, tanto nas ruas quanto nos prédios e condomínios.

Um dos coordenadores do projeto, o professor Marcelo Teixeira acredita que a Universidade deve oferecer o conhecimento para além dos muros, cumprindo seu papel na conscientização social, ao lado das prefeituras e do Estado, que são responsáveis pela saúde pública. “Queremos envolver principalmente as crianças, nas quais é possível desenvolver o sentimento do cuidado e respeito aos animais”, ressalta.

A ideia geral do programa institucional é fomentar a conscientização da população acerca da guarda responsável de animais domésticos – que envolve controle de natalidade, vermifugação, vacinação, abrigo, entre outras questões. Para tanto, um dos focos do programa são as crianças, que terão oportunidade de vivenciar o conceito de guarda responsável por meio de palestras e intervenções lúdicas em escolas das redes pública e particular, com a participação de estudantes e docentes da UFRPE, além de grupos de teatro e arte-educadores.

CAMPUS – Além das iniciativas nas escolas e em locais públicos, o Programa Cidadania para Melhoria da Relação Homem-Animal de Estimação em Centros Urbanos contempla o Projeto de Controle dos Animais no Campus da UFRPE. O projeto surgiu da constatação do frequente abandono, no Campus-Sede, localizado no bairro de Dois Irmãos, de cães e gatos, que vão se reproduzindo e aumentando a superpopulação de bichos no campus.

Além dos riscos diretos e indiretos para a saúde das comunidades universitária e circunvizinhas, os animais abandonados no campus não recebem os cuidados essenciais à sua saudável sobrevivência – como talvez imaginem as pessoas que descartam os cães e gatos na Universidade. Trata-se, muitas vezes, de animais adultos e doentes, abandonados no Hospital Veterinário ou nos diversos prédios.

O projeto também prevê medidas como registro e castração dos animais residentes no campus, contudo o foco é prevenção do abandono. De acordo com a reitora, professora Maria José de Sena, por mais que se procure amenizar o problema, medidas como alimentar e promover eventos de adoção, embora importantes, são paliativas e, por vezes, até estimulam o abandono. “Nosso papel é a parte educativa, a conscientização para a raiz do problema, que são as consequências de abandonar os animais, seja no campus ou nas ruas. As pessoas devem compreender que, além de provocar o sofrimento dos animais, estão prejudicando a saúde pública”, enfatiza.

Asom UFRPE