Nesta segunda-feira (16), às 17h30, começa o atendimento do Grupo de Apoio Diálogos sobre Suicídio (GADSui) da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). O ponto de encontro será no cineauditório da Unidade 1 (Rua João Rosa Góes, 1761, Vila Progresso) e a reunião será na sala 401. A equipe inicial foi apresentada hoje (10) aos participantes da palestra “Diálogos sobre Prevenção e Posvenção do Suicídio”, e será formada por Adeir Archanjo da Mota, professor da FCH e coordenador do projeto de extensão, Maria Michelle Teixeira e Elisangela Luna Cabrera, enfermeiras da Unidade de Suporte à Urgência (USU), e Rosimar Vieira Silva, mestranda em Psicologia pela UFGD. A supervisão será feita pela psicóloga Fernanda Rezende da Silva, de São Bernardo dos Campos (SP).
Durante a apresentação, Adeir Archanjo contou que pesquisou o perfil sociodemográfico de incidência do suicídio e a capacidade de resposta dos serviços de saúde mental do SUS, a partir da Geografia, resultando na tese “Suicídio no Brasil e os Contextos Geográficos: Contribuições para Política Pública de Saúde Mental”. No entanto, mencionou que também tem vivência pessoal no assunto, já que seu pai suicidou-se no ano de 2008.
“É essa energia que faz eu me mobilizar o tempo todo e estar aqui criando um caminho de sobrevida, buscando qualidade de vida pra mim e ao mesmo tempo tentando ajudar nesse processo de construção para outras pessoas que também estão nesse processo”, afirmou. Por isso, a formação do GADSui é a realização de um sonho para Adeir Archanjo.
Também citando sua pesquisa, a mestranda Rosimar Vieira contou que está estudando a representação social dos professores de Dourados acerca do suicídio e, realmente, tem percebido na prática que falar sobre suicídio não é fácil, ainda é um tabu. “Mas é necessário falar, pesquisas apontam que falar sobre o assunto, fazer o diálogo, ajuda no processo de cura”, disse Rosimar.
O Grupo de Apoio tem como objetivo promover um ambiente de acolhimento e apoio emocional para as pessoas que passaram e passam pelo doloroso processo do luto pela perda de familiar, colega, amigo, vizinho ou ente querido, e também para aqueles que convivem com a dor e o estigma por terem realizado tentativa de suicídio. A terapia comunitária envolverá a participação direta dos integrantes do grupo através da socialização dos seus sentimentos.
A ideia nasceu em setembro do ano passado, quando se realizou uma mesa com a temática na Faculdade de Ciências Humanas (FCH), e nos meses seguintes a discussão foi tomando forma de projeto.
Sobre o envolvimento da academia na temática, Adeir Archanjo destaca que, por ser polêmica e um problema complexo, é indispensável a produção de conhecimento acumulado e sistemático sobre suicídio. “Da mesma forma que será um desafio criar um espaço em que não patrocine religiões, partidos políticos, ONGs e não se faça promoção pessoal ou empresarial”, comentou.