Cerca de 100 pessoas da comunidade externa e interna da Universidade Federal Rural do Semi-Árido estão concluindo curso básico de Linguagem Brasileira de Sinais. Com 60 horas, o curso conta com duas turmas na modalidade semipresencial, sendo 30 horas no formato presencial e 30 horas a distância. O curso Introdução a Libras, com duração de dois meses, será encerrado no próximo dia 5 de julho. A Libras é um conjunto de formas gestuais utilizado por deficientes auditivos para a comunicação entre eles e outras pessoas, sejam elas surdas ou ouvintes.
A iniciativa é da Coordenação Geral de Ação Afirmativa, Diversidade e Inclusão Social – Caadis/Ufersa, tendo como facilitadores os intérpretes e tradutores de Libras, Ronald Soares Shyu e Maria Luiza Torres Lima. A proposta é estimular o uso da linguagem junto a pessoas interessadas em socializar-se com o público surdo promovendo a inclusão. O curso advém de uma demanda tanto da comunidade interna quanto externa. Nessa oferta, por exemplo, foram mais de 200 inscritos. “A importância é gerar a acessibilidade comunicacional em diferentes espaços, quanto mais às pessoas souberem Libras mais acessibilidade teremos para esse público”, considera Ronald Shyu.
“Esse é o início para uma formação na Linguagem Brasileira de Sinais”, afirma Maria Luiza. Mesmo sendo um curso de curta duração, o resultado está sendo positivo. “Os alunos demostraram muito interesse e estão saindo com um conhecimento acima do esperado. Muitos já conseguem sinalizar, conversar, se expressar em língua de sinais o que é bastante surpreendente”, avalia a professora.
Um diferencial é a metodologia presencial sem a utilização da linguagem oral o que estimula os alunos a linguagem de sinais. “Disponibilizamos também muito material on line, em vídeos, para que eles percebam surdos sinalizando em outros contextos, possibilitando assim, a aquisição de um vocabulário básico para começar a se comunicar em Libras”, afirma Ronald Shyu.
Uma das integrantes da turma é a estudante de Ciência e Tecnologia da Ufersa, Francisca Iara da Silva, surda, ela reconhece a importância da iniciativa para toda a comunidade. “Esse curso é de grande importância ao promover o compartilhamento da linguagem de sinais que se expande dentro e fora da Universidade. Na Ufersa temos alunos surdos e a nossa presença aqui também melhora a fluência na Libras”, afirmou, acrescentando que o curso promove a inclusão das pessoas surdas na sociedade. A oportunidade de promover a inclusão também foi o motivo que levou o estudante também de Ciência e Tecnologia, Euzébio Torres, a participar do curso. “Aprender Libras é conhecer um novo mundo com a inclusão de outras pessoas na nossa vida”, considerou.
Já para a professora da rede municipal de ensino de Mossoró, Anabia Oliveira, o curso é uma oportunidade para se capacitar. “A escola pública é a que mais inclui pessoas com deficiência. Hoje, tenho alunos com Autismo e Síndrome de Down, e quero estar preparada para receber alunos surdos”, afirmou. A professora que dá aula na quinta série do ensino fundamental ressaltou que muito do que aprende no curso já repassa para os seus alunos em sala. Ela diz que pretende continuar estudando Libras.