UnB, Anatel e Ministério das Comunicações se reúnem para debater estreitamento da parceria entre as instituições

A Universidade de Brasília terá um canal aberto de televisão. A garantia foi dada pelo ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, em reunião realizada no Salão de Atos da Reitoria, na manhã de quarta-feira, 4. A Agência Nacional de Telecomunicações também participou do encontro, que teve por objetivo estreitar a parceria entra ministério, UnB e Anatel.

Desde 1982, a UnB vem trabalhando em parceria com o governo na área de telecomunicações, conforme explicou o professor Plínio Alves, chefe do Departamento de Engenharia Elétrica. “Iniciamos com pesquisas, mas as atividades que predominaram neste período foram de cursos específicos e assessoria técnica e jurídica por parte da UnB”.

A reunião desta segunda serviu para aproximar ainda mais a UnB com os órgãos federais ligados às telecomunicações, tendo como objetivo específico a instalação de um laboratório de pesquisa de antenas e sistemas rádio em ondas milimétricas. A pesquisa dessa tecnologia, ainda inédita no Brasil, está ligada à evolução dos telefones celulares. Ao citar dos desafios de estender as telecomunicações a todas as regiões de um país com as dimensões do Brasil, o ministro Paulo Bernardo confirmou o interesse de sua pasta na parceria com a universidade. “A colaboração de uma universidade como a de Brasília é muito importante para o país neste momento e nos anos que virão”, declarou.

Jarbas Valente, integrante do Conselho Diretor e presidente em exercício da Anatel, destacou os trabalhos desenvolvidos em conjunto com a UnB e sinalizou com algumas possibilidades de desdobramentos dessa parceria, como o desenvolvimento de aplicações que garantam a qualidade de transmissões em redes baseadas em cabos e sem fio. Num primeiro momento, a UnB atuará como conselheiro acadêmico no esforço que está sendo realizado em torno de testes envolvendo transmissões na faixa de 700 mHz, tema de grande importância da atualidade. O representante da Anatel prometeu doar à UnB os equipamentos que estão sendo utilizados nos testes.

O reitor Ivan Camargo, acompanhado dos decanos Jaime Santana (Pesquisa e Pós-Graduação), Luís Bermúdez (Administração e Finanças) e Mauro Rabelo (Ensino de Graduação), destacou o alto nível dos professores e estudantes da UnB e a importância de parcerias como a que a universidade vem mantendo com a Anatel. “Não podemos nos fechar em uma torre de marfim”, declarou. “A universidade precisa se aproximar das empresas, dos órgãos governamentais e da sociedade como um todo”. Camargo fez um forte desabafo sobre os excessos cometidos pelos órgãos que integram o sistema de controle no país. “É uma estrutura que tende a sufocar as iniciativas da universidade”, alertou, “Mas não podemos desaminar. Temos muito trabalho a fazer.”

EM CASA – Assim como o conselheiro da Anatel, Jarbas Valente, Paulo Bernardo também estudou na UnB. O ministro relembrou, com certa emoção, de outra ocasião em que esteve naquele mesmo Salão de Atos, na condição de estudante (geologia), em 1976, participando de uma reunião em que o Conselho Universitário suspendeu a eleição para o então Diretório Estudantil. No ano seguinte, o então estudante e futuro ministro das Comunicações foi expulso da UnB por seu envolvimento no movimento estudantil.

Fernando Molina – Da Secretaria de Comunicação da UnB