Alunos de Goiânia apresentam na ONU app que conecta estudantes a professores com base em didáticas de ensino, em Nova York

Batizado de Re Formula , o programa avalia a forma como o aluno aprende melhor e o põe em contato com educadores que têm técnicas de ensino mais adequadas para ele.
Estudantes de Goiás apresentam aplicativo na ONU, em Nova York – Foto: Arquivo pessoal/Shalon Andrade SantosApós criarem um aplicativo capaz de facilitar a vida de estudantes que têm dificuldade de aprendizado, três universitários de Goiânia vão representar o Brasil na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York. Eles criaram o Re Formula , um ambiente virtual em que os estudantes podem receber ajuda de professores com base na forma que melhor conseguem aprender.

O aplicativo foi desenvolvido pelos alunos do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Goiás (UFG) Graziele Gabriel Gonçalves, de 27 anos, e Júnior da Silva, de 26, e pelo estudante de Publicidade e Propaganda da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC), Shalon Andrade Santos, de 25 anos.

Segundo Shalon, o Re Formula, que ainda está em fase de desenvolvimento, foi idealizado para oferecer um conhecimento personalizado. Quando estiver pronto, a ideia é que o estudante se cadastre no app respondendo uma sequencia de avaliações que vão descrever o perfil dele. Esta análise do aluno será repassada para o professor, para ajudá-lo na melhor abordagem para repassar o conhecimento.

“O estudante se cadastra respondendo às perguntas de forma divertida para ele, mas muito clínica para nós, com perguntas-chave. A partir disso a gente tem uma análise profunda do entendimento de como ele consegue se comunicar e como ele aprende. E o professor vai receber um resumo de como o aluno absorve as informações, para uma abordagem efetiva”, disse Shalon.

O projeto foi apresentado na ONU, em setembro, pelo Shalon. Na ocasião, o Re Formula ficou em 2º lugar entre projetos de estudantes de cerca de 90 países. Agora, os estudantes estão ajustando o desenvolvimento do aplicativo. Eles retornam à convenção na ONU entre os dias 14 e 16 de fevereiro de 2020.

Estudante em Nova York durante apresentação do aplicativo – Foto: Arquivo pessoal/Shalon Andrade Santos

“É um aplicativo que visa valorizar o aluno, independente da idade, pelas inteligências que ele possui. Tem aluno que não consegue entender a matemática da forma como ela é explicada na escola, mas ele consegue desenvolver um método criativo de forma que ele consegue entender. Então, o app vai mapear as características desse aluno e conectar ele com o professor que tem as mesmas habilidades”, explica Graziele.

Os estudantes criaram o projeto para atender a um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Todos os países devem criar estratégias e projetos durante os próximos 15 anos, para que os objetivos propostos se concretizem.

Um dos objetivos da ONU é promover a “educação inclusiva e equitativa de qualidade”, o que, segundo os estudantes, está relacionado à proposta do Re Formula.

A ideia é que o aplicativo atenda todas as idades, desde o ensino básico até quando o estudante precisar de acompanhamento, trazendo um conhecimento personalizado.

“Quando a educação é generalizada a gente tem uma grande fatia dos jovens que se encaixa pouco na educação tradicional e eu sou um deles. Tive muita dificuldade de aprendizado na dinâmica. No meu caso era muito difícil a matemática, às vezes a gente entende o que um professor fala, e o outro não. Se há problema na comunicação, imagina na implementação do conhecimento”, avalia Shalon.

Ainda de acordo com o Shalon, que também preside a Organização Brasileira de Estudantes, o aplicativo chegou ao conhecimento da ONU quando ele apresentava o projeto em uma universidade.

“Foi muito bacana. Um representante da ONU estava assistindo à apresentação e disse que é uma solução para países de terceiro e segundo mundo, que tem a educação subdesenvolvida. Ele falou que iria nos indicar para a competição e isso acabou facilitando o nosso acesso”, lembra o estudante.

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Estudante de Goiás apresenta aplicativo na ONU, em Nova York – Foto: Arquivo pessoal/Shalon Andrade Santos